(30-11-2013)
Boas!
Hoje, por volta das 7:45, o meu pai entrou no meu quarto para acordar a Anna para a escola. E qual não foi o seu espanto quando não a encontrou lá, mas só a mim e à Benny Magnani. Dissemos-lhe então que a Anna estava no quarto dela (achávamos nós) e ele lá foi procurá-la.
Entretanto a Benny levantou-se e vestiu-se, mas eu deixei-me ficar na cama. Às oito e pouco elas chegaram ao meu quarto (descobri que a Benny Rossi também dormiu aqui), já prontas, e disseram que iam tomar o pequeno almoço e tentar entrar na primeira aula, caso o professor deixasse. Fui então tomar o pequeno almoço com elas, mas quando elas foram para a escola eu fui tomar banho e arranjar-me. Por volta das 9h saí então de casa, rumo à escola. E qual a melhor forma de acabar esta experiência de 3 meses que não cair a caminho da escola? E ainda melhor, sozinha? Com pessoas a ver, e a rir?
Antes de ir para a minha sala fui ter com a Greta, a Anna Torlai e a Benny Mechetti ao pavilhão, onde estavam com a turma. Queriam estar um bocadinho comigo, tirar uma foto e a Greta queria dar-me qualquer coisa. Lá estive um bocadinho com elas e, quando estava a ir para a sala, abri o envelope que a Greta me deixou, com um bilhete, uma foto nossa e um colar de uma borboleta, o seu preferido. Mal acabei de ler, as lágrimas vieram-me aos olhos, mas não chorei.
Quando entrei na sala (a meio da aula de Matemática), todos me cumprimentaram com um feliz "Ciao Eva!". Sentei-me e fiquei a falar com a Ines (obviamente que não ia prestar atenção, nem coisas tinha).
Durante a aula recebi uma mensagem da Serra, que viu no facebook uma publicação do Churchill (rapaz africano da nossa turma de italiano com quem falei duas vezes e sem conteúdo nenhum) que dizia, num bom inglês: "i miss u a lot i no we are going to see 1 day may god help u. good buy. eva i miss u". Não têm noção do quanto nos rimos com o "Good buy", tanto que a Bonacini mandou-nos logo estar caladas.
Nos minutos para trocar de professor estiveram-me a escrever na bandeira de Itália, para ficar como recordação.
A terceira hora foi Italiano com o Pallai, na qual estivemos a estudar qualquer coisa que não sei bem o que foi. A meio da aula o Gigli bateu à porta e pediu para deixar os livros de física na sala, mas passado 5 minutos voltou para os tirar, dizendo que hoje não íamos fazer nada.
E no intervalo é que foi, as fortes despedidas começaram. Estava eu na sala com os meus colegas quando começaram a bater à porta para se despedir: colegas da 3^P, as miúdas do volley, a Arianna, a Benny, a Debora e assim.
Entretanto estive no computador da sala com o Marco, a Nicole, a Martina, a Ines, a Tamara e o Matteo e estávamos a ver fotos antigas deles, para nos rirmos um bocado. Até que decidiram começar a ver as minhas, mas felizmente não tinha nada de muito mau (por favor, não descubram o Hi5).
A quarta aula foi a festa, quando chegou o Gigli. E hoje tivemos direito a torta de maçã da mãe do Sillari, pedacinhos de queixo, sumos e vinho, como qualquer festa italiana deve ser. Lá fizemos um brinde e ficámos o resto da aula a socializar, a aproveitar o meu último dia. Enquanto os meus amigos me escreviam na bandeira, o prof chamou-me e disse-me que tinha uma prenda para mim: um livro de exercícios de Física feito por ele, que eu adorei (quando o lerem vão perceber porquê). Quem também se veio despedir de mim durante esta aula foi a 4^I, o que foi muito amoroso.
A aula seguinte foi Ciências, onde houve mais uma festa. Mais festas, mais prendas, e a Croci não pode deixar isto passar. Da minha prof de Ciências recebi um boneco de neve de enfeite, um bilhetinho, e um livro sobre Castelnovo antigo que eu adorei.
A Nico também me deu um bilhete, mas só o posso ler quando estiver sozinha.
Quando acabou a festa ficámos na sala a conversar um bocadinho sobre a juventude da professora, coisas que não sei se devo pôr no blog.
Quando a escola acabou, os meus amigos mais chegados ficaram um bocadinho mais na sala, para se despedir. Esperou-me a Benny M., a Greta, a Ines, a Nicole, a Tamara, a Matteo, o Marco, a Anna e o Gialla, que foram super amáveis comigo. Estivemos a tirar fotos para recordações e depois chegou a altura das despedidas. Enquanto me despedia de todos, a Nicole não parava de me abraçar, o que foi mesmo querido. E a Ines, na confusão dos abraços, meteu-me uma pulseira na mão e disse "Eu sei que é feia, mas deu-me tanta sorte para a escola. Espero que também te dê".
Despedidas feitas, lá fomos para casa, mas parámos a meio porque a Anna começou a pensar demasiado nisto tudo e a chorar, o que me deixa também a mim mal. Hoje o almoço foi com a nonna Conceta, e foi lasanha por ser a minha preferida. A nonna veio-me oferecer ainda um avental feito por ela para quando eu cozinhar em Portugal, embora isso não aconteça.
Depois disto fomos fazer uma videochamada entre a minha familia italiana e a minha familia portuguesa (Lucas, Hugo e Pai), em que o meu pai agradeceu todo o amor e o carinho com que me acolheram.
Tive também direito a uma prenda da minha família, um colar lindo com uma borboleta, porque eu também sou uma (palavras da minha mãe italiana), dois postais (um da mãe e um do pai) e ainda uma prenda para os meus pais em Portugal, que entrego quinta feira. Tive ainda direito a um postal do Tommi, que não vejo assim tantas vezes e que por isso foi muito especial.
Antes de sair de casa fomos ainda fazer fotos de família, porque não tínhamos nenhuma. E nada de melhor do que a nonna conceta para fazer a foto e fazer-nos rir.
Já com tudo pronto, lá abandonei a casa rumo a casa dos meus primos. O Tommi entretanto veio ter comigo e disse que não me podia levar a Bologna, e lá me tive de despedir dele. Abracei-o, dei-lhe um beijo e ele lá me disse que a próxima vez nos vemos num sítio quente, a autoconvidar-se para vir a Portugal.
Fui a casa dos meus primos dar um beijo a todos e lá fomos para o carro, rumo a Bologna. Durante a viagem estivemos a dormir, pelo que passou muito rápido.
Quando chegámos a Bologna (mais precisamente à estação), lá saímos e fomos para a sala de espera, onde esperávamos pelas horas do comboio. E entretanto entraram na sala de espera o Gregory, o Erland, o Taylor, a Anne, os Migueis, a Linde, a Isidora e o Chayakon, para se despedirem de nós (de mim e do Lenny). Aproveitei para apresentar a Anna aos outros e para estar com eles, mas às 17h40 tinha o meu comboio. Na linha encontrei-me com o Lenny, que vinha comigo.
Quando o comboio chegou, a Anna começou a chorar tanto, abraçando-me mesmo com muita força. Não sei como não chorei, mas só me despedi da minha família com um forte abraço.
No comboio começou a confusão das malas (demasiado grandes para aquele espaço), e começámos a entrar em pânico. E pior foi quando reparei que tinha o telemóvel da Anna (o Blackberry) no bolso, pelo que fui a correr para o devolver, atirando-o para o meu pai pela porta. Na carruagem conhecemos duas pessoas (a Julia de Espanha e o Maxime da Russia) que viemos a saber que também eram da AFS, e com quem era suposto irmos para Roma.
Entretanto passámos em Firenze, e fez-me lembrar a Toscano, que costuma falar sobre esta terra porque vivia lá perto. Também porque os meus amigos me disseram que é das cidades mais bonitas de Itália, e que eu tenho de ir lá.
Parámos em Florença e entra imensa gente, pelo que o corredor fica cheio. Olho para o lado e deparo-me com uma cara conhecida. Grito "Toscanooooo" enquanto me atiro para cima dela para a abraçar, ficando as duas super histéricas.
Quando o comboio parou em Roma lá fomos procurar o grupo da AFS, que nos ia levar para o autocarro. E para quê estacionar o autocarro ao lado da estação, porque não andar 15 minutos com malas com roupas para 3 meses?
Depois de 1 hora no autocarro, lá chegámos ao nosso destino final: Domus Mariae Palazzo Carpegna, um hotel de 4 estrelas com ar de palácio (digo isto porque é grande milagre a AFS meter-nos num sítio desta categoria).
Na entrada do Hotel, enquanto fazia o check in, ouvi berros e vi a Toscano no chão. E porquê? A Sofia e a Maria Andrade, mal souberam que nós tínhamos chegado, deixaram o jantar a meio e vieram a correr para nos ver. E, como não me encontraram porque não me reconheceram com o cabelo curto, saltaram para cima da Toscano.
Lá fizeram a distribuição dos quartos, e disseram-me que ficava com a Maria Rebello de Andrade, a tuga que esteve em Roma. Disseram também as horas do voo de amanhã, e porque não ir num voo diferente de toda a gente? Pois é, éramos cerca de 31 em Roma, 24 iam juntos num avião e 7 no outro, os tugas (Maria Toscano, Maria Rebello, eu, a Sofia Lopes e o Tomás Rio), o Kristján da Islândia e a Kristina da Sérvia. E como tudo o que é bom acaba depressa, disseram-nos que nós os 7 tínhamos de sair do hotel às 5h da manhã, pelo que quase nem o podíamos aproveitar, nem para dormir.
Entretanto fomos jantar, o que já não posso dizer que era tão bom. Sentei-me ao lado da Toscano e de uns estudantes com quem nunca tinha falado, mas com eles só comi o primeiro prato que era pasta com brócolos. O segundo já comi na mesa do Lenny, porque reparei que ele estava sozinho. E não sei dizer qual era o pior, se a pasta se a tentativa de lombo de porco.
Depois de jantar fomos todos para uma sala, onde estivemos a apresentar-nos, preencher documentos sobre a nossa experiência e a fazer actividades. Como nos temos de acordar cedo amanhã, viemos directos para os quartos, para descansar.
No quarto estive imenso tempo a falar com a Maria, escrevi o blog e agora vou dormir.
Desejem-me sorte para acordar amanhã.
Boa noite!