segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

"Chegamos? Não chegamos? Partimos. Vamos. Somos!" (5-12-2013)

(5-12-2013)
Olá!

Como não podia deixar de ser, fui do grupo que tinha de sair mais cedo, às 7h. Como não tinha telemóvel para meter o despertador (um dos contratempos da noite anterior englobou perder o telemóvel), confiei na pontualidade da russa do meu quarto para me acordar. E confiei mal, porque ela também acabou por adormecer. Acordei então às 6h30, quando uma russa amiga da Poline veio ter connosco para descermos juntas, encontrando-nos ainda a dormir na cama. Numa correria lá nos preparámos e descobri que também não tinha botas, e os outros sapatos estavam na mala grande que já estava arrumada numa outra sala. Saí então do quarto, malas na mão e só de meias nos pés, enquanto chovia por cima de mim. "Toscano, I lost my phone, I lost my shoes. How am I supposed to go home??" ("Toscano, perdi o meu telemóvel, perdi os meus sapatos, como é que é suposto eu ir para casa???"), gritava eu, enquanto todos se riam. Lá arranjámos um par de sapatos da mala grande e lá fui eu, rumo ao aeroporto deixando o telemóvel e as botas para trás.

Estávamos nós no aeroporto à espera de uma hora decente para entrar na zona de passageiros (fomos para o aeroporto 3 horas antes da hora do voo) e chega uma voluntária para se despedir. E, não sei como, vem com a minha gola no pescoço. Digo-lhe "Desculpa, mas esse cachecol é meu.", ao que ela me responde "Agora é meu, estava com frio", ao que eu sorrio, à espera que ela me devolva o que é meu. Nada. 5 minutos antes de irmos embora volto a ir ter com ela e peço-lhe a gola, ao que ela me responde "Mas eu gosto dela", e eu digo "Mas eu também gosto dela, e ela é minha.". Com uma cara de chateada lá me devolve a gola, como se me estivesse a fazer um favor (na verdade até estava, porque encontrou a gola, e eu não sei onde a tinha deixado).

Na viagem para Portugal a risota continuou, primeiro com a Sofia e a sua bíblia para evitar a queda do avião, e depois com o hospedeiro a tentar fazer com que eu aceitasse um supositório contra o enjoo, que eu recusei enquanto me ria imenso. Se não tomo o supositório tomo outra coisa, e lá decidiu dar-me um sumo de tomate, mas nem sei o que era pior. Fiquei muito tempo à conversa com os dois hospedeiros mais novos (uma mulher e um homem), enquanto eles tentavam arranjar soluções para o meu enjoo.
Quando voltei ao meu lugar ainda veio o hospedeiro mais velho falar connosco, que nos veio perguntar onde estivemos a viver e falou-nos um bocadinho das suas viagens.
A muito custo (principalmente para a Sofia, dado que o avião abanou um bocado mais do que o normal), lá chegámos a Portugal, e começámos o caminho para a nossa vida normal.

Quando cheguei ao aeroporto de Portugal deve ter sido um dos momentos mais estranhos de toda a minha experiência. Voltar a ver os pais depois de 3 meses noutra família. No avião já estavam todas excitadas para reencontrar toda a gente, enquanto eu não estava com vontade nenhuma. Entrámos na zona de chegadas e começou a loucura. Todas a correr e a chorar enquanto abraçavam os portugueses, e eu a afastar-me dos beijos da minha mãe.

Depois de me despedir de toda a gente lá saímos do aeroporto e decidimos ir almoçar à expo, eu e os meus pais. Pedi peixe, cheia de vontade de comer algo português, mas acabou por chegar um cerne que odiei, pelo que fiquei mesmo desapontada.

Quando cheguei à Lousã fui visitar a minha tia Cristina, para dizer que tinha chegado. Lá estava também o meu Tio Carlos, então estive a falar-lhes um pouco da minha experiência.
Em casa tinha o meu quarto todo decorado, pronto a receber-me. Balões, corações e uma faixa a dizer "Bem-vinda Eva", tudo preparado pela minha mãe. E para acrescentar tinha uma das minhas refeições preferidas à espera de ser comida: almôndegas, batatas fritas, mousse de maçã e biscoitos de manteiga, carinhosamente feitos pela Manuela.
Estive também a arrumar todas as coisas, enquanto contava histórias sobre a minha experiência à minha mãe, ficando meia nostálgica sempre que encontrava algo especial.

Antes de dormir ainda liguei ao Cedric, de quem estou a morrer de saudades. E, mal ouvi a voz dele, vieram-me as lágrimas aos olhos e senti um aperto no coração. Porque é que só fiquei 3 meses?! Porquê?!





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