Boa noite!
Como vos disse, fomos os escolhidos para abandonar o hotel de madrugada. E bem cedinho, para as horas a que nos deitámos. Já que vínhamos todos mortos da nossa última semana em Itália e da viagem, porque não abandonar o hotel às cinco e meia da manhã? E melhor, fazer atividades até à meia noite na véspera?
Acordei assim depois das 2/3h de sono, arrumei a mala e abandonei o quarto com a Maria. E, como era tão cedo, nem direito a pequeno-almoço no hotel tivemos, pelo que recebemos um saco de plástico com uma merendinha, aproveitando bem o luxo de dormir num hotel de quatro estrelas.
Entrámos então num autocarro que nos levou para o aeroporto de Roma, onde fomos logo fazer o check in. E com o check in vem o pesar das malas, e com o pesar das malas vem o medo de ultrapassar os 23kg. 23,5 kg, consegui passar sem pagar, uff! Mas somos sete, será que todos passam? Nenhum que não siga as regras, até que chega o Tomás. Que como mala de mão trouxe uma mala enorme, super inteligente. Foi barrado e, nas tentativas para arranjar solução, abriu a mala. Enorme, e vazia. Só com uma bola de futebol. Português? Nãããão.
Dado que estávamos no aeroporto duas horas antes do voo, decidimos ir dar uma voltinha, durante a qual a Sofia foi carregar o telemóvel e fomos comer, para não deixar espacinho nenhum para a comida do avião, que costuma ser deliciosa. E não é que, como era super cedo, nem as lojas tinham aberto? Dei então pela Sofia a gritar, de joelhos no chão, para uma senhora numa loja da vodafone semi fechada, a pedir para carregar o telemóvel. Carregamento feito, fomos comprar comida. E porque não um pequeno almoço de pringles de alho e uma coca cola? Enquanto comprava as coisas tive a falar com a senhora que, ao saber que não era italiana e que só tinha estado cá 3 meses, me disse que se fosse minha professora eu recebia um 10 como nota final!
E entretanto chegou a hora da viagem. E que viagem! Era a Sofia em pânico, com a bíblia à frente, enquanto nos apertava as mãos com imensa força, eu a comer as minhas pringles enquanto todas elas mandavam vir comigo por causa do cheiro e o Tomás sozinho no final do avião, a dormir tranquilamente. E a Sofia, para se tentar distrair, ainda começou a tentar desenvolver conversas entre nós, chegando aos assuntos mais ridículos como "Qual é o teu fruto de verão preferido?", enquanto nós queríamos era dormir.
Vim o voo todo a escrever o meu blog, tentando ignorar a Sofia. Reparei também que o avião vinha vazio, pelo que não percebi porque é que os outros não vieram connosco, se havia mais do que espaço.
Quando chegámos a Bruxelas fomos buscar as malas e fomos para a sala de chegadas, onde estava o Massimiliano à nossa espera, um voluntário da AFS Itália. Ele lá nos apresentou a rapariga que vinha da Islândia, disse que tínhamos de esperar pelo grupo que fui para a rússia e mandou-nos almoçar. Para comer fomos ao "Quick", uma cadeia alimentar belga que imita o McDonald's, vendendo exatamente os mesmos menus, mas com nomes diferentes.
Entretanto chegaram os da Rússia, que nós esperávamos com ansiedade. A ideia era fingirmos que éramos voluntários e começar a mandar vir com eles em português por estarem atrasados, mas acabámos por ficar à saída da porta a tentar adivinhar quem eram os da AFS durante séculos, pelo que ficámos muito contentes quando eram finalmente eles e não conseguimos mandar vir com eles. Da Rússia vinham cerca de 7, do qual só um era francês, e os outros italianos. Já todos juntos, o Massimiliano lá nos explicou como funcionava o campo em Bruxelas, que íamos estar divididos em dois campos paralelos e que só nos víamos 10 minutos na quarta-feira. E, como não podia deixar de ser, obviamente que fiquei separada da Sofia, com quem mais queria estar. Eu, a Maria Toscano e o Tomás fomos marcados com um D de Destelheide, enquanto a Maria Rebello e a Sofia com um H de Hanenbos.
No autocarro viemos a falar imenso com os italianos que estiveram na Rússia, felizes por termos alguém com quem falar na nossa nova língua (mal sabíamos o que nos esperava). Viemos também a falar dos dialectos italianos (Itália tem mil e um dialectos, mais ou menos um por cidade), e das diferenças de significados das palavras nas várias regiões. E descobri também que o Jhon (italiano que esteve na Rússia, mais precisamente na Sibéria), é de Parma, que é a 15 min de comboio de Reggio Emilia.
Depois de uma hora de viagem, lá parámos numa vilazita com um albergo, onde deixámos a Maria Rebelo, a Kristina, o francês, uns italianos e a Sofia. Continuando viagem, lá parámos 15 minutos depois, num outro albergo. Chegámos a Destelheide.
Como não era de esperar, fomos os primeiros a chegar. Deixámos as malas num canto e prosseguimos então ao check in. Primeiro receber o cartão de identificação, depois comprar o hoodie do campo, e depois escolher os workshops por ordem de preferência. Tudo feito, ficámos então sem programa para a tarde, dado que no horário a tarde estava ocupada com "Esperar que toda a gente chegue".
Entretanto eu e a Toscano encontrámos uma rede Wii-Fii, pelo que passámos a tarde toda agarradas ao smartphone, a matar saudades de Itália.
Quando o resto do pessoal chegou, decidiram então distribuir os quartos. Eu fiquei com o A10, um quarto de 6 pessoas: eu, a Erica (italiana que foi para a Eslováquia), a Federica (italiana que foi para a Suiça), a Polina (russa que foi para Itália), a Clara (belga que foi para a Letónia e a Sophie (belga que foi para a República Checa).
Antes de jantar fomos tratar da Facebook Wall, uma actividade que decidiram desenvolver durante o campo. Isto é, um envelope grande onde colamos uma foto nossa num modelo mesmo como o facebook (com foto de capa e assim), e para onde depois as pessoas podem enviar mensagens, tal como no facebook. Obviamente que eu não trouxe nenhuma foto para colar, pelo que acabei por desistir de fazer o envelope.
Às 18h, para nos relembrar que estávamos na Bélgica, fomos jantar. E, como se não bastasse relembrar uma vez, fizeram questão de o voltar a fazer com o conteúdo do jantar. Porque não só salada, massinha e pão integral? Não chega?
Depois de jantar tivemos uma hora livre, e depois uma cerimónia de abertura no plenário. Na cerimónia apresentaram as regras do campo, o objetivo, os voluntários e o programa. Quando a apresentação acabou, dividiram o grupo de 90 pessoas em grupos de cerca de 15, com quem íamos fazer a próxima atividade. O meu grupo ficou com o Ohmer, um voluntário da Turquia. Fomos então para uma sala, onde nos voltámos a dividir, desta vez em dois grupos. Entre estes dois grupos tivemos de fazer uma competição, que incluía fazer a maior torre de sapatos, passar por cima de um muro sem lhe tocar, fazer um vídeo para o outro campo, adivinhar a média de número de calçado do outro grupo e desafios assim do género.
Quando as atividades acabaram fui escrever uma dedicatória para a Zelda (uma turca que vive na Bélgica e esteve 3 meses em Itália), e depois fui para o quarto da toscano ajudar a fazer a cama. Cama pronta e tudo desabafado entre mim e a Toscano, vim para o meu quarto. Bem, deve ter sido dos sítios mais nojentos onde já dormi. Em que até os lençóis estão todos rotos.
A muito custo lá consegui adormecer, mas não durante muito tempo porque o pequeno almoço começa às 7h30. Odeio pequenos-almoços com horas limites!
Depois publico mais! Beijo!
P.S.: A Maria Rebello esteve 3 meses em Itália, enquanto a rapariga dessa família foi para a Bélgica. E, enquanto a Maria esteve fora, a sua família portuguesa acolheu uma rapariga italiana. Assim, a Maria tem duas irmãs italianas que queria conhecer no campo. Sorte das sortes, elas as duas ficaram no meu campo e a Maria no outro. Fiz então com que as outras duas se conhecessem que, apesar de não terem nenhuma relação entre si, foi giro.
P.P.S.: Passei o dia todo com o Kristján e não o ouvi a dizer uma única palavra. E nos três meses que esteve em Itália não aprendeu nada de nada.








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