(02-12-2013)
Boa noite!
Com os bocadinhos de tempo livre que tenho tido vou aproveitando para escrever os posts que me faltam, peço desculpa pela lentidão.
Quando acordei fui tomar banho, aproveitando o facto de estar meia a dormir e por isso não reparar no nojo que aquilo era. Logo depois do banho fui para o pequeno-almoço, dado que tem uma hora limite e eu não quero não comer o pequeno-almoço. Arrisco então a dizer que o pequeno-almoço era mais completo do que o jantar da véspera, porque desta vez tínhamos direito a Speculoos (uma pasta belga para barrar no pão, feita com bolachas típicas).
Às 9h reunimos no plenário, onde voltámos a ouvir a sessão de abertura, dado que nem toda a gente tinha chegado quando fizeram a primeira. Fizemos ainda uma coisa que não tínhamos feito antes, um mapa da Europa humano, isto é, distribuímo-nos mais ou menos pelos lugares dos nossos países, o que levou a uma enorme multidão no lugar da Bélgica e de Itália (em 90 pessoas no campo, 1/3 era belga, 1/3 era italiano e 1/3 do resto da Europa, dos quais muitos foram para a Bélgica ou para Itália).
Enquanto estávamos nas posições dos países, descreveram ainda cada país e populações com coisas características, ao que devíamos responder com um "Olá a todos" na respetiva língua, quando fosse o nosso. A imagem do Cristiano Ronaldo já era muito óbvia, mas também conseguiram fazer uma descrição muito boa e acertada do nosso país: "Onde acham que duas da manhã é muito cedo para ir para a cama, e às onze muito cedo para levantar, temos Portugal!".
Depois do momento divertido, organizámo-nos nos nossos Re-groups (o meu era o Pralines Blue com a Tinna, uma voluntária da Islândia que foi para os Estados Unidos em 2004), enquanto fazíamos um cartaz que dizia "I feel European because..." e justificar porque nos sentíamos europeus. Este cartaz era essencial para o dia seguinte, dado que a ideia era fazer um flashmob no parlamento europeu, no qual precisaríamos do cartaz.
Às dez tivemos o nosso merecido coffee break, que foi bastante mais pobre do que estávamos à espera. Porquê? Porque os coffee breaks nos campos em Portugal têm direito a um bolinho ou outro a acompanhar, mas parece que na Bélgica andam um bocadinho mais egoístas, e só tivemos direito ou a um café ou a um chá, continuando a morrer de fome.
Depois do nosso merecido descanso voltámos a reunir com os re-groups, desta vez com dois grupos. Reunimos assim os Pralines Blue (com a Tinna) e os Pralines Red (com a Katie) e saímos do albergo, passeando pela redondezas de Destelheide. E, enquanto fazíamos este passeio ao frio que estava, fizemos mais uma atividade. Cada um tirou um papel com um número e, de dois em dois minutos, as voluntárias diziam conjuntos de dois números, tínhamos de ir ter com a outra pessoa e falar sobre vários temas, que elas decidiram. Por acaso foi muito bom, pois foi uma maneira de nos darmos a conhecer a pessoas com quem se calhar ainda não tínhamos falado. Nessa atividade voltei a falar com o Jhon, que me disse que o momento mais divertido da experiência dele foi quando, numa noite com amigos, meteu garrafas de vodka num bocado de madeira a flutuar no rio e largou a "jangada" e que, no dia seguinte, o pai de acolhimento, que tinha ido à pesca, disse que tinha encontrado essa tal jangada, sem saber quem a tinha feito.
À hora de almoço estive com a Ann-Sofie, a belga que foi para casa da Rosa Inês em Braga. Gostei muito de estar a falar com ela, dado que esteve a viver 3 meses na família com quem estive no fim-de-semana de troca nacional, pelo que tínhamos vários assuntos de conversa. Felizmente o almoço foi algo mais pesado do que a salada do jantar de ontem, e tivemos direito a um pedaço de carne, batatas, espinafres e donuts (eu tive direito dois, pois a Ann-Sofie não quis o dela).
No final do almoço estive a falar com a Zelda que, apesar de dar a impressão de ser uma rapariga cheia de nada e que só quer atenção, é bastante interessante. Ela esteve-me então a explicar como se tinha inscrito para fazer AFS no Egito e como já tinha começado a estudar árabe, mas que lhe disseram que não podia ir por causa das manifestações. Disse-me também que entretanto ainda tentou mais três outros países que lhe foram rejeitados, pelo que veio parar a Itália, a sua quinta opção, só sabendo disto 15 dias antes de partir.
À tarde estivemos a fazer um workshop, e eu fiquei com a Tinna no "Boys don't cry and girls love pink", onde também estava a Toscano. Estivemos então a falar sobre os estereótipos de género presentes na atualidade, alimentados pelos media.
Primeiro dividimo-nos em 4 grupos e estivemos a desenhar um mapa da europa e a ver quantos países conhecíamos e a sua localização geográfica. Aqui tivemos a oportunidade de ver a cultura de alguém que escreveu "Andorra" no sul de França, já estou a imaginar a propaganda para turismo "Andorra, o melhor destino de praia europeu".
Depois estivemos a ver vídeos onde estavam bem presentes os tais estereótipos, a fazer recortes de revistas e depois a fazer posters onde colámos os recortes que demonstravam bem o ideal de mulher e de homem publicitado pelos media.
Quando o workshop acabou, reunimos no plenário para falar sobre o dia de Bruxelas. Pois é, o tão esperado dia de Bruxelas, em que íamos ter oportunidade de ver os do outro campo, nem que fosse só por 10 minutos. No plenário falámos então do programa do dia seguinte, das regras e do flashmob. E, para isto, tivemos direito a um vídeo com as instruções. E era só um dos melhores vídeos de sempre, que meteu toda a gente a rir.
À hora de jantar estive com a Toscano, com umas belgas (super difícil de encontrar belgas ali no meio) e uma dinamarquesa que foram para Espanha. Obviamente que saímos de lá super cheios, dado que voltámos a ter direito a uma salada e pão integral, que enche qualquer um.
Depois de jantar tivemos uma atividade nos re-groups, em que devíamos avaliar o campo. Desenhámos uma mão e tínhamos de enchê-la com coisas relativas ao campo. No polegar alguma coisa que gostássemos (com um polegar fazemos um "like"), com um indicador alguma coisa a que gostaríamos de apontar (sendo boa ou não), com o dedo do meio algo que não gostássemos (fazendo-lhe um pirete), com o dedo anelar algo de que gostássemos muito (tanto que "casaríamos" com isso), com o mindinho algo pequeno que quiséssemos partilhar e na palma da mão algo a que gostássemos de aplaudir.
Entretanto voltámos a reunir no plenário, desta vez para decidir o que fazer o resto da noite. Apresentaram-nos as várias hipóteses, e teríamos de escolher uma entre sessão de relaxamento, quizz, ver o forrest gump, ver o LOL em francês e jogar ao mata mas como um nome francês bem mais chique. Eu e a Toscano estávamos inclinadas para a sessão de relaxamento, mas acabaríamos por adormecer e assim não a aproveitávamos, pelo que trocámos para o quizz.
No quizz fiz então uma equipa com a Toscano, a Sara Pasqualini (italiana que foi para Portugal), o Didi (belga que foi para Portugal) e o Kristján, e éramos os "Caralho", aproveitando o facto de mais ninguém ali perceber português para além de nós.
Depois de um jogo muito renhido entre nós e uma outra equipa, o Didi deu uso ao booklet do campo e, com alguma batota à mistura, ganhámos o quizz, pelo que tivemos a oportunidade de ouvir as voluntárias a gritar "E a equipa vencedora é: CARALHO!". Como prémio recebemos duas tabletes milka, que acabámos por partilhar com as outras equipas. No final do quizz uma voluntária ainda nos veio dizer "Sabem que eu sei o que é que "caralho" significa, não sabem?", e nós rimo-nos imenso.
Fomos também jogar um bocadinho de mata, mas parámos quando reparámos que o piso era super escorregadio e que toda a gente estava a cair. Houve até um rapaz que estragou o único par de calças limpo que tinha, rasgando as todas no rabo.
Quando o programa do dia acabou, toda a gente começou a dispersar, uns para o quarto, outros para o bar, outros para a zona com Wii-Fii. Eu tinha ido para quarto com a Poline, mas entretanto chegou a Anya (uma amiga russa dela) e acabámos para ir para o bar as três juntas, onde fomos beber um sumo de laranja e enfardar, dado que a comida que nos deram não era suficiente.
Entretanto ficámos demasiado cansadas e fomos para o quarto descansar. Estava eu, cheia de esperança de dormir muito nessa noite, quando a Poline me disse que o dia seguinte era para ir para Bruxelas, pelo que o pequeno almoço era às seis e pouco. "Raios, não é hoje que durmo o suficiente, amanhã vou estar a morrer!".
Vou publicando mais coisas quando tiver tempo, beijo!
P.S.: No meu grupo voltei a calhar com italianos (Miriana e Mattia) e com pessoas que falam italiano (Juliette), pelo que voltei a passar o dia em usar a minha segunda língua.













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