Mais um dia genial!
Hoje de manhã estávamos a dormir, até que o despertador tocou. Desligámos, continuámos a dormir. Lembro-me de pensar "ainda bem que hoje não temos de acordar cedo", sem ter qualquer razão para não o fazer. Afinal não desligámos o despertador, só o adiámos. Não há problema, voltamos a adiar. E a adiar. E a adiar. Até que são 7h30 (o despertador começou a tocar às 7h) e eu caio em mim e acordo a Anna. Tudo feito numa correria e fomos para a escola, não chegando quase nada atrasadas.
A minha primeira aula foi Física e, como o professor gosta de mim, não houve problema com o atraso. Estivemos a estudar o som, e a ter noção de ondas harmónicas, som complexo e ruído. Nos quinze minutos livres da aula comecei a jogar zombie tsunami, obviamente. E olhei para o Matteo que fazia exatamente. Fui ver as informações dele e, desde ontem, já jogou duas horas. Ele também deixou o Marco experimentar, que acho que gostou.
A segunda aula foi Latim, em que queria estar com atenção e passei tudo para o caderno, mas a verdade é que não percebo nada. Cair de para quedas no quarto ano de Latim e perceber é completamente impossível.
A terceira aula foi Religião, pelo que continuámos a bater os nossos records de Zombie Tsunami.
No intervalo encontrei a Benny (3^P) e fomos falar com a Greta, porque precisava de lhe perguntar se podia ir a Reggio. Disse-me que falou com a mãe e que não havia problema, e no final abraçou-me como faz sempre (1º abraço do dia de abraçar um estudante de intercâmbio). Fui falar com a Anna para lhe dizer que ia também a Reggio, mas ela disse-me que entretanto se lembrou que eu não posso sair da escola assim, que ela só saía porque não ia ter as últimas aulas. Tentou procurar a minha professora para lhe pedir se podia sair, mas não a encontrou, pelo que nos limitámos a fugir. A verdade é que quando já estávamos no fim da colina onde fica a escola, ela disse-me que é proíbido fazer isto, que só podemos sair quando os pais nos vêm buscar, pelo que comecei a entrarem stress. Não por levar uma falta ou assim, mas como estou aqui num programa escolar podia ser reemcambiada para Portugal. Ela disse-me que não havia problema e que os meus pais justificavam a falta amanhã, mas que não me podiam vir buscar à escola porque estavam a trabalhar.
Antes de irmos para casa passámos num supermercado e depois na casa da avó, para dar um beijinho. Estivemos a falar um bocadinho com ela, comemos uns biscoitos e viemos para casa. Em casa estivemos a ver o X Factor (que aqui é só mil vezes melhor que o português) e depois meter a mesa. A verdade é que só almoçámos à 13, pelo que eu podia perfeitamente ter ficado na escola até ao final.
Hoje o almoço foi feito pelo meu pai e foi esparguete com ameijoas, que eu adoro. Pelos vistos fui a única a gostar (e ele, obviamente), pelo que enfardei imenso.
Depois de almoço a Anna foi estudar e fazer a mala, então eu fui arrumar o meu quarto. Às duas e meia saímos de Castelnovo, rumo a Reggio. O bom de dormir pouco à noite é que nunca estou acordada nas viagens de carro, o que é maravilhoso.
Chegadas à cidade, saí do carro com a Anna e fomos a casa da Zia (tia) Perilla para meter a mala dela. Depois saímos em direção ao centro da cidade (no caminho conheci a minha prima) e fomos beber um chocolate quente ao Farini (tornei-me a maior fã daquilo). Entretanto chegou o Cedric, que se sentou connosco. Estivemos um bocado à conversa, numa mistura de inglês e italiano, mas depois o Tommy ligou e voltámos para casa da Zia. Aí apresentámos o Cedric ao Tommy e à Zia, que lhe fez imensas perguntas e que disse que conhecia a sua família hospitante.
Entretanto fez-se hora e os meus irmãos partiram rumo ao Vaticano, onde têm um encontro jovem também com o Papa. Na despedida com a minha irmã dei o segundo abraço de hoje.
Enquanto andava para o centro com o Cedric olhei para o telemóvel e tinha mil mensagens da Greta a dizer que tinha chegado. Telefonei-lhe e combinámos então que a íamos buscar ao jardim público. Com eles os dois estivemos sempre a andar, rumo a lado nenhum. Demos por nós muitas vezes em sítios mais estranhos, pelo que era normal voltar atrás. O passeio foi todo passado a falar num inglês meio italiano, de forma a que todos nos pudessemos entender. Às 17h ligámos à Iris que, quando eu lhe perguntei onde estava, me respondeu "Não sei". E, quando lhe disse que estava no centro com o Cedric e a Greta, ela disse "oh fuck fuck fuck", falou com a família e veio a voar para o centro. Voltámos para o Jardim Publico, onde a fomos buscar. Com ela continuámos a fazer as nossas caminhadas, desta vez com rumo à gelataria Emilia. E, se tivessemos seguido o Cedric como ele queria que fizessemos, teríamos acabado em Castelnovo ne Monti. Fizemos uma aposta de como não era para ali e que, se eu e a Iris conseguissemos levar-nos até ao sítio certo, ele pagava o gelado. Depois de muitas curvas e muitos falsos alarmes lá chegámos, e um gelado oferecido é sempre melhor. Não sei o que se passou comigo, mas pedi frutos silvestres e outra bola de tangerina, completamente nojenta. Lá fizemos mais um passeio com os gelados na mão (durante o qual decidimos só falar italiano com a Iris, para nos rirmos da reação dela e para ajudá-la a aprender) e depois fomos levá-la à paragem. A Iris estava mesmo a entrar na porta do autocarro, quando voltou para trás a correr, enquanto dizia "Hug an exchange student day!", e abraçou-me. Foi o meu terceiro abraço do dia, mas o mais importante. Porque ela voltou para trás a correr, porque demos uma cabeçada enquanto o demos. Também porque porque foi a primeira vez que abracei alguém de uma cultura em que abraços não são normais, e por causa de todas as confusões que tive com ela há duas semanas atrás. Entretanto também liguei à minha mãe, pedi que dessemos boleia à Greta e fomos ter a casa da Zia. À porta o Cedric lá se despediu de nós e foi. Já ele estava ao fundo da rua quando lhe disse "Não abraçaste ninguém", e ele veio para trás abraçar-me, outro também tão especial para mim.
Entretanto a minha mãe chegou e fomos até ao parque de estacionamento onde estava o carro, enquanto a minha mãe descobria que conhecia o pai da Greta e que a tinha visto quando era criança. Viemos o caminho todo a falar, o que foi muito agradável. Quando chegámos a Casina lá deixámos a Greta e fomos para Castelnovo.
Chegadas a casa encontrámos o meu pai, e decidimos ir jantar a uma pizzaria. Lá fomos os três, dado que os meus irmãos estão em Roma. Eu e os meus pais italianos! Pedimos uma pizza margarita com mozzarella de búfalo e uma pizza Grega, com azeitonas. Estivemos o jantar todo a falar, o que foi muito agradável. Depois de jantar viemos a casa meter o carro e fomos a pé para casa da minha tia, onde estava a haver um jantar. Fomos convidados para ir comer uma fatia de bolo, e aproveitámos para ver a família. A minha tia, duas das três filhas, uma das quais teve o segundo filho na minha primeira ou segunda semana aqui. Então era a minha tia, as minhas primas, o marido da mais velha, os dois filhos (o samu e o bebé), um casal amigo, um padre, eu e os meus pais. Todos em redor de uma mesa a comer bolo e castanhas.
Falei um bocado com o padre, e descobri que é o padre com mais pinta que conheço. Estava lá com a sua camisa de ganga dando um ar completamente de padre (ou não), e quase me matou quando soube que eu não lia Harry Potter. Falei também muito com a minha prima, o que soube bem.
Depois de comer e beber suficiente coca-cola viemos para casa, dado que tenho escola amanhã. Tomei o meu duche e agora estou a ver se durmo, mas sinto-me muito sozinha no quarto. Já tenho saudades da Anna!
Lição do dia: "Never trust a farmer" by Iris.
Boa noite!!




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