quinta-feira, 28 de novembro de 2013

"É só mais um dia mau"

Boa noite!
Hoje o dia começou mesmo bem, e continuou assim até agora. Adivinhem. Quando fui para tomar duche, não havia água quente, pelo que não arrisquei a lavar o cabelo.
A caminho da escola voltei a cair, mas desta vez sem rasgar as calças. Hoje não deitou sangue, mas dói mesmo muito, ainda por cima porque foi no mesmo joelho de ontem.

A primeira aula foi Matemática, em que recebemos os testes. Não sei como, mas tive 9-, o que é óptimo. O resto da aula estivemos a estudar "formule goniometriche", que ninguém percebeu nadinha.
A segunda aula foi Italiano/Latim, durante a qual o Pallai esteve a interrogar. Aproveitei esse tempo para enviar uma mensagem a toda a gente que conheci aqui a agradecer, com o meu número de Whatsapp em Portugal e a convidar para virem a Portugal quando quiserem, o que foi uma confusão.
Entretanto acabaram as interrogações, e ele entregou as composições. Sete e meio!!!!! Equivale a um quinze!! Não imaginam a minha felicidade com a nota e com o comentário que ele escreveu na última página, pois estava mesmo à espera que estivesse completamente errada e que nem devia falar sobre o que falei.
E, para continuar o mau dia, estava eu mesmo a levar uma bolacha à boca quando o Pallai decide começar a falar sobre mim, fazendo todos olhar. Falava do livro do Saramago que eu estava a ler no outro dia, o Memorial. "Por exemplo a Eva, que agora está a comer...". Obviamente que fiquei toda vermelha, super envergonhada do que estava a fazer. E este é o professor que da outra vez disse à turma para fazer pouco barulho porque eu estava a dormir, pelo que acredito que tenha uma óptima impressão de mim.
Perguntou-se me pronunciava bem o título do livro, e pediu-me para eu o dizer em português. E com isto os meus amigos começaram a dizer que também sabiam falar português, dizendo-lhe "Vai-te foder, cabrão". A reacção do professor foi só rir, todo orgulhoso pelos alunos que falam português (antes de me ir embora ainda lhe traduzo o que eles disseram).

Entretanto chegou o intervalo, em que estive a falar com a Anna e fui para a sala dela, mas entretanto voltei para a minha sala e estive à conversa com os meus amigos.
A quarta aula foi Matemática com a 3^I, para onde fui cinco minutos antes da hora, para conversar um bocadinho com eles. Estive a falar um bocadinho com a Debora (que quer fazer AFS no próximo ano) e com a Giorgia, porque tem amigos na Holanda. Passado 15 minutos chegou a Genitoni, pronta a dar a aula. Estiveram o tempo todo a fazer exercícios, mas eu ocupei o meu a escrever uma carta ao Agustin, dado que é o seu aniversário.

A quinta hora foi a pior, Espanhol. Começámos a aula a ler um artigo sobre a violência contra as mulheres, e depois a dar "conselhos" a personagens fictícias que se encontravam nessa situação, a uma rapariga e ao seu namorado demasiado controlador e possessivo.
Quando a aula acabou, fui falar com a prof e disse que era a minha última aula com eles, pelo que depois me tive de despedir de todas, que me desejaram o melhor.

Quando acabei as despedidas fui para a corriera, onde pensava encontrar a Greta, acabando por ver que não ia acontecer. Hoje ela ficou em Castelnovo ne monti com o pai, pelo que tive de ir com os amigos dela no autocarro, que têm sido impecáveis comigo desde que me conhecem.
Estava mesmo cansada e a tentar adormecer no autocarro, mas infelizmente há uma rapariga que vem sempre atrás de mim que berra em vez de falar, pelo que não foi possível. Quando o autocarro ficou mais vazio adormeci, passando o resto da viagem muita rápido. Lembro-me de acordar nos subúrbios de Reggio e de pensar "ok, durmo mais um bocadinho e acordo quando estiver mais ou menos no centro, para ter margem até chegar à estação". Tits, no. Quando acordei estava eu num sítio que não conhecia, com o autocarro vazio. Por sorte ainda estava lá o condutor, que olhou para mim quando eu disse "uuuups", com cara de zangado: "Mas estás aqui?! Onde devias ter saído?! Estavas a dormir?! Eu confirmei se tinha descido toda a gente, estavas deitada no chão?!", a que eu respondi com um "Scusi" um pouco envergonhado. Lá lhe disse que devia ter ficado na estação, e ele explicou-me o caminho e disse que eram 10 min a andar. "10 minutos" ou meia hora, isto não disse ele. Estava em pânico porque não sabia onde estava e não tinha muita bateria no telemóvel, mas acabei por conhecer mais da cidade e descobri que temos um aeroporto!

Depois de meia hora a andar e a queixar-me para mim própria de dores no joelho, lá cheguei à estação de autocarros onde o Cedric me esperava há uma hora e meia. Pois é, ele esteve ali sentado quando o meu autocarro parou ali, sem imaginar que eu estava a dormir num dos bancos de trás.
Fomos ao McDonald's comprar qualquer coisa e entretanto a Anita ligou-me a dizer que me tinha de dar uma coisa, pelo que nos dava boleia de carro até à escola de Italiano. Quando chegámos lá-me ofereceu uma caneta com a bandeira de Itália, uma recordação que o Centro Local me quis oferecer, e despedi-me dela, que já não vejo mais.

Chegámos à escola às 15h15 (a aula começava às 15h), mas decidimos não ir directamente. Subimos para o 2º andar (a escola é no 3º), entrámos num espaço que estava meio em obras e sentámo-nos para comer e falar, onde estivemos uma hora. Quando achámos que já era um abuso fomos para cima, juntar-nos aos nossos colegas. Explicámos a situação ao professor que (não sei como) não ficou chateado e deixou-nos passar sem problemas.
Na aula estivemos a estudar o passado próximo, mas em pares de dois feitos por ele. Luciano, o inteligente que, para nos fazer falar italiano, me meteu com uma brasileira. Estivemos a falar bastante e ela disse-me que estava cá um bocado contrariada, dado que não conseguiu entrar na escola que queria e que passa os dias todos em casa sem fazer nada, enquanto o namorado estuda numa escola italiana.
Depois dos verbos estivemos a fazer um jogo chamado "Paroliamo", uma junção de "parole" (palavras) com "parliamo" (falamos). O jogo consistia em ter 10 letras e ter de formar palavras com ela, e ganha quem arranjasse a mais longa, que obviamente que não fui eu.

Quando a aula acabou, disse ao Luciano que tinha sido a última aula para mim, coisa de que ele já não se lembrava. Lamentou-se, disse que gostava que eu ficasse mais tempo, disse à turma para me dar uma salva de palmas e depois despediu-se de mim, desejando-me o melhor.
À porta da aula estive a falar com o Churchill, um colega nosso que está aqui sozinho e que tenta sempre falar connosco, achando que sabe falar inglês (mas na verdade não sabe, as nossas conversas não têm sentido nenhum).

Fomos para a estação, apanhámos o tram e fomos para o centro. No centro fomos para a Emilia (gelataria), morrendo de frio. Mas o que melhor do que um gelado quando estão -2ºC? Também não sei! Comemos um gelado todos juntos (que eu paguei, dado que é o meu último dia) e demos um passeio. Entretanto tive de me despedir, porque ia no autocarro das 18:30. Convidei-os para virem amanhã a Castelnovo (a Cille e o Cedric já vinham) fazer uma batalha de neve mas, com medo que não pudessem, tive de me despedir deles. Da Íris, da Serra e do Agustin, que custou muito.

Despedidas feitas, o Cedric acompanhou-me à paragem, onde chegámos 20 minutos antes. Estivemos a falar imenso sobre tudo, porque é sempre fácil de falar com ele. Falámos de como nos conhecemos, e de como nos demos bem desde o primeiro dia, e de como o resto do Local Chapter nos anda a excluir um pouco, o que para ele é um problema porque fica cá um ano.
Entretanto o autocarro chegou, pelo que me tive de despedir dele. Sabia que o via amanhã, mas mesmo assim não deixou de ser difícil, porque tem sido uma pessoa mesmo importante para mim aqui em Itália.

Duas paragens depois da minha entrou o Federico Beretti, com quem combinei ir no autocarro. Ele é um voluntário que foi para a Argentina há alguns anos atrás, e que tem sido sempre impecável comigo. Fez-me também conhecer uma rapariga no autocarro que este verão vai 1 mês para fora com a Lions e que, como primeira escolha, meteu Portugal.

Quando cheguei a Castelnovo fui a pé para casa, onde estava a minha família. Contei as aventuras do dia à minha mãe, e ela foi-me logo desinfetar o joelho.
Hoje o jantar foi cappeletti com natas para mim, e salada, batatas e carne como segundo prato. Depois estivemos a comer pandoro, spongata e fruta, enquanto víamos X Factor em família, comentando os participantes.

Depois do jantar vim para o meu quarto pesquisar as informações sobre o meu voo e a bagagem, falei um bocado com o Hugo e o meu pai e agora a escrever o blog, que me tira sempre cerca de uma hora.
Vou adiantar um pouco mais da mala, beijo a todos!

P.S.: A Iris deu um cacto como prenda ao Agustin. O que se passa de errado com as pessoas de Hong Kong?








quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Festa de despedida 3

Boa noite!!

Hoje de manhã, a caminho da escola, dei um belo de um malho por causa do gelo, acabando de joelho no chão. A Anna olhou para mim e, a rir-se imenso, perguntou-me se estava bem. Levantei-me e disse que sim, continuando a andar. Passado uns minutos começou-me a doer, e olhei para o joelho para ver como estava. E vi o pior, as minhas Levi's rasgadas. Continuámos a andar e, quando voltei a olhar para o buraco, estava tudo cheio de sangue.
Quando chegámos à escola, em vez de ir para a aula, fomos pedir a uma "bidella" para me desinfectar a ferida, aproveitando também a oportunidade de chegar atrasadas. Depois de me ter desinfectado e limpo todo o sangue, ainda me emprestou umas calças de fato de treino, mas eu disse que não e agradeci toda a ajuda.

Já atrasada, lá fui para a aula de Ciências com a 5ªI. Expliquei à professora o que se passou e depois de ela dizer que sou forte por ter aguentado a queda e assim, lá retomámos a aula. Retomaram, quero eu dizer. Como não já não tenho zombie tsunami para jogar, estive a experimentar Subway Surfers, mas não gostei nada e desisti.
Quando acabou a aula eu fiquei na sala, dado que a minha próxima aula era outra vez com ela. Estive a falar um bocado com ela durante a mudança, e voltou-me a dar os parabéns por ter aprendido tanto italiano em tão pouco tempo.
Quando os meus colegas chegaram, lá começámos a aula. Estivemos a falar de átomos e de níveis de energia, mas como já tinha feito isto ontem não estive com atenção. Mostrei ainda uma foto de um rato todo aberto como fizemos na UV, que o Erald e o Alessandro adoraram.

Quando tocou e fomos para a outra sala, encontrei a Benny Magnani e a Nicole Botazzi, com quem estive a falar um bocadinho.
Cheguei um bocadinho atrasada à aula de Inglês, mas já estão todos habituados ao meu atraso. A Belli começou então a controlar os trabalhos de casa e a Martina disse-me logo "pois é, tínhamos trabalhos de casa!!". A professora passa e digo que não os fiz, mas entretanto lembrei-me que afinal tinha e mostrei-lhe o quão responsável sou. Passei o resto da aula a jogar Subway Surfers, mas só até ter ouvido alguém a falar de mim. Era a Sara, que reclamava com a professora sobre o sistema da escola italiano, usando a portuguesa como exemplo. Expliquei então que não tenho disciplinas linguísticas, dado que faço um curso científico.

No intervalo a Greta veio ter comigo à sala, e depois fomos para o andar do bar para comer. Depois de estarmos 2 minutos na fila e de termos concluído que ninguém ia comprar nada, fomos buscar comida a uma máquina, juntamente com o Matteo, a Nico e a Martina. A caminho da sala da 4ºQ encontrei a minha tutora na escola, a quem disse que me ia embora no sábado, e por isso tivemos de nos despedir.

A quarta aula foi Espanhol, que me custa muito. Não só por já não me lembrar muito da língua, mas também porque não me sinto bem na turma. Lá passámos uma hora a fazer gramática e tocou, ficando eu livre.
A quinta hora foi Física com a 3^I, mas hoje éramos só 9 raparigas, dado que os outros todos foram para as Olimpíadas da Matemática. Esta aula passou num instante, e acabou comigo a falar com a Bonacini, de como me ia embora no sábado e de como tinha corrido tudo aqui.

Quando tocou, encontrei o Mike a meio do caminho, com quem fiquei à espera da Anna e da Benny Rossi. Entretanto decidiram que iam almoçar a nossa casa, então fomos todos juntos. O almoço hoje foi pasta com tomate e depois um bife, tendo como sobremesa fruta e os bolos natalícios: spongata e pandoro. O meu pai ainda disse que este ano já comprámos 4 spongatas, 2 pandoros e 2 panettones, atribuindo-me a culpa porque estou sempre a comer.
Depois de almoço ficámos a contar adivinhas uns aos outros, até que eu e a Anna chegámos a uma a que ninguém chegou. Foi muito engraçado ouvir as várias teorias, e ainda nos rimos um bocado.

Quando nos levantámos eles foram estudar, mas eu saí para ir ver o torneio de volley de natal, dado que a minha turma jogava contra a 5^D. Quando cheguei já tinham perdido o primeiro set, e acabaram por perder também o segundo, mas não com tanta diferença. Mas também, a minha turma tinha uma equipa com 3 raparigas e 3 rapazes, enquanto a outra eram só rapazes. E ainda o mais baixo da deles era da altura do Matteo, o segundo (se não próprio o primeiro) mais alto da equipa.
Quando o jogo acabou ficámos um bocado à conversa e a combinar as coisas para o jantar de hoje e, depois de a Nico ter insistido milhares de vezes em dar-me boleia de carro, fui a pé.

Em casa fui começar a pesquisar as indicações sobre os voos, e de como preciso de uma toalha para bruxelas. Uma toalha. Mas quem é que trouxe uma toalha?
Comecei a fazer um bocadinho da mala mas entretanto saí, porque ia encontrar-me com a Yasmine. Ela é uma rapariga meia italiana meia indonésia, e tinha educação física ao mesmo tempo que eu. Vimo-nos uma vez ou outra no pavilhão, mas entretanto falámos um pouco no facebook e combinámos ir ao café, o que nunca aconteceu até hoje. Fui ter com ela em frente à Tazza d'oro e de lá fomos para o edifício da câmara municipal, onde bebemos um chocolate quente (para mim com natas, obviamente). Entretanto entrou também a Arianna e a mãe, com quem ainda falei um bocado.
A Yasmine foi impecável comigo e, pouco antes de irmos embora, ofereceu-me um saquinho perfumado com uma pulseira, um elefante pequenino porque é o seu animal preferido e um smile, porque uma vez disse-me que eu não devia estar triste por me ir embora, mas sim contente por ter tido esta experiência. Prometeu-me ainda dar-me um pacote de chocolate quente instantâneo, que eu acho que nunca vi em Portugal.

Entretanto fui aos correios, para ver os preços de enviar um pacote para Portugal. E imaginem a minha reação quando soube se quiser enviar só um brinco pelo correio pago 23,20€, enquanto alguém em Portugal pagaria 3€.

Quando cheguei a casa a Anna estava a estudar, pelo que a Benny estava sozinha. Fui ter com ela e fomos para a varanda, enquanto eu usava o casaco e os sapatos do Tommy, para sobreviver. Estivemos a falar tanto da experiência e de como me senti e assim, o que soube muito bem. Entretanto ficou demasiado frio, e viemos para o meu quarto. Estive a falar imenso com ela como nunca falei, confiando-lhe tantas tantas coisas.

Às 19:50h saí de casa para o meu jantar de despedida, ficando à espera deles à porta do cinema. Os primeiros a chegar foram o Matteo e a Martina, com quem estive a falar tanto. Depois o Matteo, que portou a notícia que a Tamara não vinha porque estava no concerto do seu cantor preferido. A seguinte foi a Ines, logo seguida pela Nicole.
Fomos para dentro e pedimos a comida, sendo uma pizza margherita para mim. A comida chegou e a conversa nunca acabou, passando assim um óptimo jantar. No final e depois de muitos códigos feitos atrás de mim que achavam que eu não via, deram-me duas prendinhas. O primeiro um poster chamado "Eva's Italian World", com uma pizza a fazer de O. Três fotos nossas, um desenho de uma rapariga com cabelos longos e depois uma tesoura, zombies do zombie tsunami, monumentos italianos e as assinaturas de alguns dos melhores amigos que podia encontrar aqui em Italia: Matteo, Martina, Ines, Tamara, Nicole e Marco. E depois uma outra prendinha, dentro de um saco da joelharia, uma pulseira de metal com o símbolo do Infinito que o Marco foi comprar. Deixo aqui fotos das duas prendas porque acho que merecem completamente ser vistas, principalmente o poster que está mesmo mesmo muito bom.

Quando pagámos (pagaram. Eu tentei, mas não me deixaram) e saímos, encontrámos a Benny e a Anna a fazer um passeio. Acabámos todos por ir para o Magnani, dado que estava um frio de rachar. Continuei a ensinar-lhes português, e agora eles já são capazes de dizer "Vai-te foder, cabrão". Pedi mais um chocolate quente com natas, embora só comendo estas.
Depois de ficarmos um pouco à conversa no bar começámos a ir para casa, porque amanhã temos aulas. Fiquei à espera que a Martina e o Azzo (os últimos) fossem embora, e depois fui para casa.

Em casa fui rapidamente lavar os dentes, arranjar-me e vir para a cama, dado que estou morta. São 1h07 da manhã e só agora acabei o blog, pelo que não vou dormir assim tanto.
Hoje a Benny Rossi dorme connosco mas, como dorme no meio, eu não me devo preocupar com acabar no chão.

Deixo aqui algumas fotos, maldito o dia que escolhi 3 meses. Beijo a todos









terça-feira, 26 de novembro de 2013

Festa despedida 2

Boa noite!

Quando cheguei à escola o meu grupo disse-me logo "Mia sorella è una puttana", por terem visto o vídeo de ontem na neve.
Hoje a minha primeira aula foi educação física, que demorou duas horas. No aquecimento estive com o Matteo, a Nicole, a Ines e a Martina, que são das pessoas com quem mais falo na minha turma. Antes de irmos para a aula, eu e a Nico estivemos a falar de Walking Dead, então ela esteve a jogar volley à zombie, o que teve uma certa piada.
Entretanto fizemos equipas, e eu pela primeira vez não fiquei com o Matteo. Estive então a jogar com o Alessandro, a Nico, o Marco, o Jacopo e a Selshi, mas acabámos por perder contra a outra equipa. Houve um momento particularmente engraçado, quando alguém mandou a bola com tanta força ao Marco que ele respondeu com uma manchete direitinha a um candeeiro que deixou de dar luz, ameaçando cair.
Quando o jogo acabou decidimos jogar com outra turma, pelo que refizemos as equipas. Desta vez fiquei com a Ele, o Matteo, o Marco, o Alessandro e a Nico, que no segundo jogo foi substituída pelo Borghi.

Durante a aula o Jacopo veio-me perguntar quando ia embora, e fez uma cara meia surpreendida/meia triste quando eu disse que era este sábado, e o mesmo com a Selshi.
Embora seja a última semana, acho que foi o dia em que falei mais com o Alessandro, também por ser a primeira vez que estivemos na mesma equipa. E com isto percebi a importância de educação física (não das notas, isso todos ficam super surpreendidos quando eu digo que há gente que não entra em medicina por causa de educação física) para promover a união de turma.
No final da aula estive a falar com o Crippa (prof.), que me disse que não queria que eu fosse embora, que tinha gostado muito de mim e que os meus colegas também, e que me pediu para eu depois visitá-lo em Abril.

A terceira aula foi Italiano que, como era interrogação, não estive a fazer nada para além de jogar Zombie Tsunami, tentando acabar a porcaria das missões. Tenho uma há mais de duas semanas que não consigo mesmo fazer, uma de fazer um record de 70 e outra fácil mas demorosa. A tentar fazer a segunda, acabei por ter um record de 69, que é muito frustrante.
No intervalo fiquei com eles na sala, onde estivemos a tirar algumas fotos de grupo. A Ines perguntou-me como chamava os meus pais italianos, ao que eu admiti que não chamo nem pai nem mãe por achar demasiado estranho, mas que também não chamo pelos nomes, porque é demasiado distante. Estive também a falar com o Erald e o Sillari sobre as dissecações que fizemos em ratos na UV, e eles disseram logo que iam pedir à Croce para fazer a experiência aqui na escola.

Quando tocou, lá fui eu para a sala da Anna, onde ia ter ciências. Quando a aula começou, a professora perguntou-me se esta era a última semana, eu disse que sim e ela respondeu "vaca miséria", e perguntou quando voltava (agora a pergunta mais comum não é "dás-te bem?" mas é "quando voltas?"). Durante esta aula estivemos a estudar o modelo actual do átomo e os níveis de energia, que nunca foram nada que me agradasse.

A última hora foi com a Greta, e obviamente que não fiz nada. Foi Matemática com a 3^P e, embora tenha começado a aula ao lado do Youssef, eles mudaram de lugar a meio da aula para ser mais fácil de falar com a Gre. A meio da aula ela deu-me uma das cartas que me anda a escrever, mas que só li quando estava sozinha no autocarro.
Estava a aula mesmo a acabar quando recebo uma mensagem do Marco no whatsapp. Um screenshot do ecrã do telemóvel dele quando jogava Zombie Tsunami, com um record de 73 com uma mensagem super amorosa a dizer "scusame vitellona", dado que ele só começou a jogar há cerca de uma semana. Quando tocou, fui ter com ele, mas a resposta dele foi só rir, dizendo que era o maior.

Quando a escola acabou, fui para a paragem onde apanhei a corriera. Não encontrámos dois lugares juntos, pelo que eu e a Greta fomos separadas, o que levou a que eu estivesse a jogar Zombie Tsunami até adormecer. Entretanto o rapaz ao meu lado acorda-me para pedir licença para sair e, como estava acordada, fui jogar Zombie Tsunami, tentando fazer a missão dois. E estava quase a conseguir quando recebi uma notificação a dizer que a primeira missão estava feita, pelo que me deixei morrer. Como só faltava uma missão e faltavam 500 moedas para os 20 000, joguei mais um bocadinho e consegui o dinheiro, com o qual comprei o "pular missão", e acabei o jogo.
Cheguei ao McDonald's e, apesar dos outros dizerem que iam esperar, só encontrei o Cedric, mostrando-lhe o meu diploma com muito orgulho. Pedimos o meu Happy Meal e lá fomos para a escola. Quando chegámos já lá estavam os outros, mas só a Serra e o Agustin, dado que a Cille está em Roma com a escola e a Iris fingiu-se doente para não vir.

Na aula fizemos mais um ditado e uma ficha sobre passado próximo e preposições, que obviamente acho que não acertei nem uma. Depois de passarmos umas cansativas 2 horas nisto, acabou a aula. Fomos "todos juntos" para a estação, apanhámos o autocarro e fomos para o centro, onde íamos ter o aperitivo. A caminho encontrámos o Becca, a Anna e um amigo, que estavam perdidos à procura do Planet (café onde tínhamos combinado). Juntaram-se a nós e lá fomos todos juntos, embora tivéssemos de esperar séculos até o bar abrir.

No Planet fomos os primeiros a chegar, mas rapidamente o Manu, a Anita e os outros juntaram-se a nós. Fomos pedir uma Heineken cada um e comer um bocado, aproveitando a comida à pala.
Este aperitivo de hoje foi feito para se despedirem de mim e para conhecerem os novos, pelo que foi um bocado pesado para mim. O primeiro foi o Manu que, ao vir-me falar tão carinhosamente e com as lágrimas nos olhos, quase me fez chorar. Dei-lhe um grande abraço e prometi-lhe voltar rápido. Entretanto a Bárbara, que veio só para me dizer adeus. Falei-lhe da universidade e dos meus planos (ou falta deles) para o futuro e depois despedimo-nos, desejando-me ela tudo de bom. E depois da Bárbara veio a sua sósia. Disse que, embora não nos tenhamos conhecido muito bem (eu nem sei o nome dela), tinha gostado de me conhecer e despediu-se.
Estive a falar um bocadinho com o pessoal, e entretanto conheci uma rapariga de Corregio, que também vai só por 3 meses, mas por não ter coragem de fazer 1 ano (que isto não seja desculpa para ninguém!!).

O Manu voltou a falar comigo, disse-me que nunca tinha visto um trimestral a fazer tantas amizades e elogiou-me imenso, fazendo a minha voz tremer quando queria falar. Depois despedi-me da Anita, que foi a minha assistente e esteve aqui sempre que eu precisei, pelo que lhe agradeci imenso. Também foi uma despedida que me custou, e ela deu-me uma pulseira feita por ela como recordação, que eu adorei.
Entretanto chegou a hora da corriera, pelo que me tive de despedir da Elena e da Chiara e ir para a paragem com a Greta e a Debora, a amiga dela de Casina.

Na paragem achava que tinha perdido os telemóveis pelo que tive de abrir o bolso grande da mochila à procura deles, encontrando-os. Quando fechei a mochila, a Greta e a Debora disseram me que tinha uma prenda dentro da mochila, uma surpresa. E bastou-me ver uma moldura para imaginar o que era. Uma foto minha e do Agustin que ele me deixou como recordação.

No autocarro para voltar vim demasiado emocionada, porque vim a ler os textos. A chorar baba e ranho, liguei ao Bart e depois à Sofia que, como está na mesma situação, percebe-me completamente.
Cheguei a casa e estive um bocadinho à conversa com a minha irmã, a contar-lhe o dia de hoje. Entretanto decidimos fazer um bolo para o meu jantar amanhã, mas quando vimos o resultado desistimos e mandámos logo para o lixo.
Depois disso estive a ver um bocadinho do "A Troca" com a minha mãe, que é dos melhores filmes de sempre.

Agora estou no meu quarto, acabei de ver "La vita è bella", e estou a morrer, pelo que vou dormir.
Beijo a todos!







segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Guerra de neve

Boa noite a todos!

Hoje o caminho para a escola foi toda uma prova para ver quem aguentava mais sem cair. Pois é, todo a neve que tínhamos transformou-se em gelo, e agora podemos ir para a escola a deslizar, o problema é que é a descer e corremos o risco de ir de rabo.

A primeira aula foi de Italiano, em que o professor voltou a dar as composições para passarmos a limpo, pelo que não estive a fazer nada. Fizemos também um cara ou coroa para decidir quando era o meu jantar com eles, e ficou decidido para quarta. O problema é que hoje a Martina não podia, amanhã não posso eu, quarta não podia o Matteo e quinta dava X Factor, mas entretanto arranjámos maneira do Matteo também ir, pelo que ficou tudo óptimo.
O resto da aula foi passado numa discussão entre alunos e Pallai, porque ele disse que, como a minha turma está dividida em grupos, o conselho de turma resolveu mudar os lugares, de forma a promover a conversa entre pessoas de grupos diferentes. Nunca imaginei que isto levasse a tanta discussão, mas ninguém na turma aceitou a decisão.

A terceira aula foi de Física, durante a qual estivemos a fazer exercícios de Acústica dos quais não percebi nada porque implicavam logaritmos.
No intervalo estive na sala com os meus colegas, e estive a tirar fotos com o Marco, o Matteo e a Nicole, para termos algumas recordações. Quando souberam que não morro de saudades de ninguém em Portugal (não me interpretem mal, tenho saudades de todos, mas aguento bem) chamaram-me "stronza", que não é propriamente um adjetivo agradável.

A quarta aula foi de Inglês e, enquanto a professora interrogava o Alessandro, os outros tiveram de fazer um trabalho de grupo a dois, e eu fiquei com a Ines. Ficámos encarregues de ler e recontar um texto sobre os poemas de Shakespeare, que fizemos em cinco minutos.
A quinta aula foi Matemática, durante a qual fizemos teste. Um teste de uma hora em que tivemos de desenhar 10 gráficos trigonométricos sem calculadora gráfica, não é fácil. No final da aula foi dizer à stora que talvez já não vinha no sábado (dia em que ia entregar o teste), ela disse-me que não gostava do facto de eu me ir embora, que me queriam todos bem e que me entregava o teste na quinta.

À hora de almoço fui para casa sozinha, dado que a Anna saiu duas horas mais cedo. Almoçámos em casa com os nossos pais, só vegetais. Depois do almoço ficámos à conversa, que sabe sempre bem.
Quando acabámos de arrumar a cozinha, viemos para o quarto descansar um bocadinho e eu consegui passar uma missão do Zombie Tsunami que estava a dar comigo em doida. Depois a Anna disse que queria ir dar um passeio, pelo que nos fomos preparar para enfrentar a neve. Collants, leggins, luvas e o maior casaco de inverno que já vi, lá fomos nós. Fizemos um passeio até Bellaria, onde parámos para tirar fotos e a Anna mandou-me para a neve. Estivemos imenso tempo à porrada com neve, o que teve imensa piada. Fizemos um cristo cada uma e atirámos com bolas de neve, que acabou num vídeo meu cheia de neve na cara a dizer "Mia sorella è una puttana.".

Entretanto apeteceu-me um chocolate quente com natas mas, como não estávamos em condições de entrar num café, fomos a um café comprar chantilly para fazermos o resto em casa. Também aproveitei para comprar umas bolachas italianas, das quais vou ter muitas saudades.
Chegámos a casa e a Anna foi estudar, enquanto eu vim para o quarto ver um episódio de Walking Dead. Quando a minha mãe chegou do supermercado com leite chamou-me, e lá fui eu beber o meu chocolate quente com natas, enquanto falávamos de cinema italiano, porque eu comecei a ver "La vita è bella" sem legendas. Falámos também de imensos filmes da guerra, do qual era me sugeriu principalmente o Pianista.

O jantar foi outra vez feito com os meus pais, e foi sopa de abóbora com um bife a seguir. Depois do jantar os meus pais saíram para o cinema, e eu e a Anna estivemos a arrumar tudo.
Vim para o meu quarto para escrever o blog e estive a falar um bocadinho com o Cedric, porque ele está a ter alguns desentendimentos com a Intercultura.

Vou tomar banho e dormir! A minha irmã voltou a meter o despertador para as 6 da manhã, acabando por não acordar. Estou um zombie, pelo menos amanhã só acordo às sete e vinte.

Boa noite!













domingo, 24 de novembro de 2013

Baptizado!

Boa noite!!

Hoje de manhã foi acordar, vestir e correr para a igreja, onde tínhamos o baptizado do Giacomo. No fim da missa, estive a falar com o Dom Fábio, que disse que não queria que eu fosse embora, que eu era uma rapariga muito "brava" (não sei como traduzir para português, mas é algo bom) e que se despediu de mim, dado que não o vejo mais.

Depois da missa fomos de carro para o restaurante onde íamos almoçar, que era no meio das montanhas. Durante a viagem vim a falar imenso com os meus pais sobre os meus meses aqui, e eles também disseram que não queriam que eu fosse embora.
 No almoço estava toda a família, tanto de um lado como do outro, pelo que conheci várias pessoas. A meio do almoçar, o Simone (namorado da minha prima Eleonora) perguntou-me como se chamava a minha terra em Portugal, e foi pesquisar ao google maps. Depois disse que, antes de eu voltar aqui, me vinha visitar. Contei-lhe da Queima das Fitas e ele ficou louco, pelo que provavelmente tenho companhia deles em Maio.

O primeiro prato do almoço foi massa, o segundo foi tortelli, o terceiro foi capeletti em brodo e ainda provei em natas, que o namorado da minha prima Benny me fez provar. E depois chegou o prato principal, carne (que para mim era javali, mas eles dizem que era vitelo) com batatas, que já não consegui comer. A sobremesa foi sorvete de pêssego e depois uma fatia de bolo com fruta.

Como o Tommy estava à minha frente no almoço ainda falei um bocado com ele, o que soube muito bem. Vim também a descobrir que o Simone é um dos responsáveis pela modernização do Zoomarine, o que é grande coincidência.

Ficámos no restaurante até às 17h, e depois voltei a casa com o Tommy e a Anna. Como ela tinha que estudar, eu vim para o meu quarto escrever o blog. Aproveitei e telefonei ao Tiago Carvalhal, com quem ainda não tinha feito uma video chamada.

Antes de ir embora para Parma, o Tommy veio-se despedir de mim. Como foi a primeira vez que o fez, achei que não o via ver mais, e comecei a entrar um bocadinho em pânico. Perguntei-lhe "Mas não voltas na sexta?!" e ele disse que sim, abraçou-me e deu-me um beijinho, super amoroso. Fiquei mesmo feliz com este momentinho com ele, porque como não vive connosco não somos assim tão próximos.

Hoje fui a única a jantar, mas também só comi uma taça de alface com atum, dado que vinha cheia cheia do baptizado.
Depois de jantar fui ao cinema com a Anna para ver o "Sole a Catinelle", um filme com um ator italiano muito conhecido, o Checco Zalone. Estava com medo de não perceber o filme, mas não senti grande dificuldade, só quando uma personagem do Sul falava é que eu não percebia. Achei o filme bastante bom, e a partir de agora vou ver mais filmes italianos.

Quando chegámos a casa, fomos comer qualquer coisa, porque estávamos a morrer de fome.
Depois vim para o meu quarto, ver scandal, escrever o blog e dormir.
Beijo!

P.S.: Hoje o meu pai (que é dentista) sugeriu fazer uma declaração médica de como não podia sair de Itália por qualquer motivo.








Festa surpresa! (23-11-2013)

(23-11-2013)
Olá!
Mais um dia, mais uma publicação.
Este foi um dia tão mas tão importante para mim, cheio de emoções fortes como nunca vou sentir outra vez, pelo que escrevo este relato com um carinho especial.

Hoje de manhã, quando acordei, fui outra vez a correr para a cozinha, para ver as vistas. Apesar de estar nevoeiro e de não se ver a Pietra, vi os telhados dos meus vizinhos todos brancos, mesmo à filme.
Tomámos o pequeno-almoço e fomos para a escola. Eu saí com três pares de meias, pronta a combater o frio. E falhei, foi só andar 5 metros e já não sentia os pés.
O caminho para a escola foi todo passado numa tentativa de não cair, o que é muito difícil, ainda por cima porque temos de subir imensas escadas. Antes de entrarmos, ficámos um bocado à conversa, e a Benny e a Anna tentaram fazer-me um Cristo (atirar-me para a neve), mas não sei como eu consegui manter-me em pé.

A primeira aula foi Matemática, e estivemos o tempo todo a fazer gráficos, enquanto eu escrevia a publicação do blog num caderno (ocupa 4 páginas!!!). Depois veio a aula de Italiano, em que não sei porquê veio o prof de Física. O Gigli veio ter comigo e perguntou-me se eu tinha caído na neve, ao que eu respondi "Não! Porque haveria de ter caído?", sem perceber a pergunta. Entretanto chegou o prof de Italiano e estivemos uma hora a passar a limpo as composições que fizemos na quinta, e escrevendo só em metade da folha. Como eu não tinha um papel nem paciência para passar tudo outra vez, acabei por não o fazer, e entreguei a versão suja.

No intervalo estive com os meus colegas de turma na sala, a protegermo-nos do frio que faz lá fora. Felizmente (ou infelizmente, nem sei bem), a minha escola é um forno em que podemos estar de t-shirt sem problemas, mesmo que esteja a nevar lá fora.

Depois do intervalo fomos para outro instituto da escola, para a Aula Magna onde íamos ter uma outra palestra. Desta vez foi uma conversa com um escritor de Torino, o Carlo Grande. Eu e o Matteo estávamos juntos a jogar Zombie Tsunami, e ainda nos ríamos quando ele usava palavras em inglês para se expressar, mesmo quando há palavras em italiano que dizem exactamente a mesma coisa.

Durante a conferência eu estava às mensagens com a minha mãe, para decidir o que fazer à tarde. Havia um encontro da AFS em Reggio, para ajudar os novos estudantes a escolher o país, e eu supostamente ia com a Greta, mas entretanto ela disse-me que ia com o Becca e o carro ia cheio. Assim só podia ir de autocarro, mas com neve é um bocado perigoso.
Não queria entrar num autocarro com este tempo e preocupar a minha mãe, mas também não queria faltar ao encontro e deixar de me despedir da Cille, que vai amanhã de manhã para Roma com a escola e só volta quinta. Depois de imensas mensagens enviadas a tentar descobrir uma solução, acabei por decidir ficar cá, não querendo arranjar problemas.

Quando a sessão de conversa com o escritor acabou, eu e a Anna viemos para casa, mais uma vez na tentativa de não cair.
Quando chegámos fomos almoçar, pasta com brócolos e pão ralado. Depois do almoço fiquei na cozinha a falar com os meus pais e o Tommy, o que foi bastante agradável. Estive também a observar o tempo, porque não parou de nevar desde que acordei, o que é completamente uma novidade para mim.

Depois de almoço, como não ia para Reggio, vim para o meu quarto escrever o meu blog e organizar umas coisas, mas entretanto a minha família portuguesa ligou-me. Como é sábado, lá estavam eles todos juntos para o almoço de família, pelo que consegui falar com a minha mãe, a tia Cláudia, a tia Brigitte, a tia Cristina, o tio Paulo, a Sofia e a Joana. Durante a conversa mostrei-lhes a vista da minha janela, que é o jardim cheio de neve, completamente lindo.

Por volta das seis a minha irmã mandou-me uma mensagem a dizer que queria ir ao solário, pelo que fui com ela para a estética. Pois é, aqui nas montanhas italianas, o solário não serve só para bronzear, mas também para aquecer em dias frios! No caminho ainda me explicou que disse ao professor de Física que chegou atrasada à aula porque eu tinha caído, daí a pergunta dele.
Depois do solário fomos a um supermercado só de produtos de higiene (bastante comuns aqui em Itália, mas acho que nunca vi em Portugal). A caminho do supermercado ainda fizemos uma mini guerra de neve, que infelizmente não se prolongou porque a minha irmã tinha ido arranjar o cabelo ao cabeleireiro. Parámos ainda no Magnani, onde estivemos a falar com a Virginia e a combinar onde jantávamos, que decidimos ser no aperitivo do Magnani às 21h.

Fomos para casa arranjarmo-nos, e depois voltámos para o bar, onde estivemos cerca de 5 minutos à porta a conversar. Há uns dias atrás, a Greta pediu-me o número da Anna para "uma coisa da escola", o que já me fez desconfiar. Depois disso, a Anna disse-me que a Greta lhe tinha mandado uma mensagem sobre "uma coisa da escola", sem eu sequer perguntar. Quando chegámos ao bar, a Virginia e a Anna só diziam "não está ninguém aqui, nem uma mosca. Deve ser da neve, é que não está ninguém". E então olhei para dentro, onde consegui ver dois amigos meus (que não são amigos entre si), sentados na mesma mesa. Rapidamente a Virginia mudou de lugar, de forma a tapar a minha vista para dentro sem eu reparar. Com todas estas coisas, comecei a desconfiar e pensei "Ok, se a Greta organizou alguma coisa, de certeza que contou ao Cedric", pelo que lhe enviei logo uma mensagem a dizer "Do you know anything about my surprise party?" (admito que, mesmo com estas pistas todas, mandei a mensagem com um bocado de medo de não haver nada e fazer só uma figura ridícula).
Entretanto a Anna e a Virgi lá decidiram entrar, e lá estavam eles todos numa mesa. A Greta, a Benny Mechetti (da III^I), o Gialla, o Andrea (que fez AFS para a Austrália este verão), a Martina Fornacialli, a Lucia, a Tambu, a Arianna (que fez AFS para o Canada o ano passado) e a Benny Magnani, todos a sorrir-me (e ainda a Virgi e a Anna que estavam comigo). A Greta levanta-se, e diz-me "e temos uma surpresa para ti". A Benny levanta-se e vai a outra sala, de onde sai o Cedric. Não imaginam a minha felicidade quando o vi. Não o via há uma semana e estava a morrer de saudades, pelo que fui a correr abraçá-lo, a tremer de felicidade. Quando o larguei, fui abraçar os outros todos pela surpresa que me fizeram.

Sentei-me e, ainda a tremer, estive a falar com todos eles, a agradecer imenso. Lá veio a pizza e as bebidas e, como é habitual deles, nunca me deixavam ter o copo vazio, e reclamavam quando estava demasiado cheio.
O ambiente durante o jantar estava muito bom, e eu a sentir-me mesmo muito bem. No fim do jantar a Arianna já estava um bocado mais para lá do que para cá,  pelo que começou a gritar "discurso, discurso". Como é óbvio eu não sabia o que dizer, mesmo se fosse em português, pelo que disse que não. Ela obrigou-me a levantar, e estivemos a fazer uma entrevista, em que tive de dizer "Italia nr.1" para a câmara. A última pergunta foi se me dava bem com a minha irmã, ao que eu respondi que não. A Anna levantou-se e veio ter comigo, num andar lento e com cara de má. Olhámos nos olhos uma da outra, partimo-nos a rir e abraçámo-nos com tanta tanta força.

Estivemos a noite toda no Magnani, enquanto o Cedric dizia que me invejava porque nunca tinha festas como aquela, e todos os meus fins-de-semana são assim. Apresentámos o Cedric ao Marck, o fotográfo, que ficou a falar connosco imenso tempo e a tirar imensas fotos. Eu e o Cedric entretanto fomos ao banco, fizemos uma mini guerra de neve, que ficou séria quando ele me meteu um bloco dentro da camisola.

Deram-me ainda uma caixa onde cada um escreveu uma dedicatória para mim, o que é uma óptima recordação. Depois disto a minha irmã começou a pensar imenso no facto de eu me ir embora, e chorava baba e ranho. Queria fazer-me prometer que eu ficava cá, mas (infelizmente) não posso prometer isso. Os outros também me diziam para não ir embora, e ainda fizemos um brinde ao meu regresso em Abril.

Quando a maior parte já se tinha ido embora, fomos ao Seven para ver como estava, mas desistimos logo. Como estava imenso frio, decidimos vir para casa, pelo que me tive de despedir do Maio, que já não vou voltar a ver. Já não o via há algum tempo, e não sou próxima dele, mas vou ter saudades porque sempre foi uma pessoa impecável comigo e que falou comigo desde o início.
Viemos para casa e aterrámos na cama mal chegámos, pelo que não consegui escrever o blog.

Desculpem os atrasos constantes, mas pelo menos significa que a minha experiência está a ser óptima e que tenho coisas para fazer, o que é óptimo! Beijo!

P.S.: Hoje o meu pai perguntou-me a que horas era o comboio em Bologna. Eu respondi "17:30" e a resposta dele foi "E o que acontece se o perderes?". Não quero ir embora, bolas!