domingo, 24 de novembro de 2013

Festa surpresa! (23-11-2013)

(23-11-2013)
Olá!
Mais um dia, mais uma publicação.
Este foi um dia tão mas tão importante para mim, cheio de emoções fortes como nunca vou sentir outra vez, pelo que escrevo este relato com um carinho especial.

Hoje de manhã, quando acordei, fui outra vez a correr para a cozinha, para ver as vistas. Apesar de estar nevoeiro e de não se ver a Pietra, vi os telhados dos meus vizinhos todos brancos, mesmo à filme.
Tomámos o pequeno-almoço e fomos para a escola. Eu saí com três pares de meias, pronta a combater o frio. E falhei, foi só andar 5 metros e já não sentia os pés.
O caminho para a escola foi todo passado numa tentativa de não cair, o que é muito difícil, ainda por cima porque temos de subir imensas escadas. Antes de entrarmos, ficámos um bocado à conversa, e a Benny e a Anna tentaram fazer-me um Cristo (atirar-me para a neve), mas não sei como eu consegui manter-me em pé.

A primeira aula foi Matemática, e estivemos o tempo todo a fazer gráficos, enquanto eu escrevia a publicação do blog num caderno (ocupa 4 páginas!!!). Depois veio a aula de Italiano, em que não sei porquê veio o prof de Física. O Gigli veio ter comigo e perguntou-me se eu tinha caído na neve, ao que eu respondi "Não! Porque haveria de ter caído?", sem perceber a pergunta. Entretanto chegou o prof de Italiano e estivemos uma hora a passar a limpo as composições que fizemos na quinta, e escrevendo só em metade da folha. Como eu não tinha um papel nem paciência para passar tudo outra vez, acabei por não o fazer, e entreguei a versão suja.

No intervalo estive com os meus colegas de turma na sala, a protegermo-nos do frio que faz lá fora. Felizmente (ou infelizmente, nem sei bem), a minha escola é um forno em que podemos estar de t-shirt sem problemas, mesmo que esteja a nevar lá fora.

Depois do intervalo fomos para outro instituto da escola, para a Aula Magna onde íamos ter uma outra palestra. Desta vez foi uma conversa com um escritor de Torino, o Carlo Grande. Eu e o Matteo estávamos juntos a jogar Zombie Tsunami, e ainda nos ríamos quando ele usava palavras em inglês para se expressar, mesmo quando há palavras em italiano que dizem exactamente a mesma coisa.

Durante a conferência eu estava às mensagens com a minha mãe, para decidir o que fazer à tarde. Havia um encontro da AFS em Reggio, para ajudar os novos estudantes a escolher o país, e eu supostamente ia com a Greta, mas entretanto ela disse-me que ia com o Becca e o carro ia cheio. Assim só podia ir de autocarro, mas com neve é um bocado perigoso.
Não queria entrar num autocarro com este tempo e preocupar a minha mãe, mas também não queria faltar ao encontro e deixar de me despedir da Cille, que vai amanhã de manhã para Roma com a escola e só volta quinta. Depois de imensas mensagens enviadas a tentar descobrir uma solução, acabei por decidir ficar cá, não querendo arranjar problemas.

Quando a sessão de conversa com o escritor acabou, eu e a Anna viemos para casa, mais uma vez na tentativa de não cair.
Quando chegámos fomos almoçar, pasta com brócolos e pão ralado. Depois do almoço fiquei na cozinha a falar com os meus pais e o Tommy, o que foi bastante agradável. Estive também a observar o tempo, porque não parou de nevar desde que acordei, o que é completamente uma novidade para mim.

Depois de almoço, como não ia para Reggio, vim para o meu quarto escrever o meu blog e organizar umas coisas, mas entretanto a minha família portuguesa ligou-me. Como é sábado, lá estavam eles todos juntos para o almoço de família, pelo que consegui falar com a minha mãe, a tia Cláudia, a tia Brigitte, a tia Cristina, o tio Paulo, a Sofia e a Joana. Durante a conversa mostrei-lhes a vista da minha janela, que é o jardim cheio de neve, completamente lindo.

Por volta das seis a minha irmã mandou-me uma mensagem a dizer que queria ir ao solário, pelo que fui com ela para a estética. Pois é, aqui nas montanhas italianas, o solário não serve só para bronzear, mas também para aquecer em dias frios! No caminho ainda me explicou que disse ao professor de Física que chegou atrasada à aula porque eu tinha caído, daí a pergunta dele.
Depois do solário fomos a um supermercado só de produtos de higiene (bastante comuns aqui em Itália, mas acho que nunca vi em Portugal). A caminho do supermercado ainda fizemos uma mini guerra de neve, que infelizmente não se prolongou porque a minha irmã tinha ido arranjar o cabelo ao cabeleireiro. Parámos ainda no Magnani, onde estivemos a falar com a Virginia e a combinar onde jantávamos, que decidimos ser no aperitivo do Magnani às 21h.

Fomos para casa arranjarmo-nos, e depois voltámos para o bar, onde estivemos cerca de 5 minutos à porta a conversar. Há uns dias atrás, a Greta pediu-me o número da Anna para "uma coisa da escola", o que já me fez desconfiar. Depois disso, a Anna disse-me que a Greta lhe tinha mandado uma mensagem sobre "uma coisa da escola", sem eu sequer perguntar. Quando chegámos ao bar, a Virginia e a Anna só diziam "não está ninguém aqui, nem uma mosca. Deve ser da neve, é que não está ninguém". E então olhei para dentro, onde consegui ver dois amigos meus (que não são amigos entre si), sentados na mesma mesa. Rapidamente a Virginia mudou de lugar, de forma a tapar a minha vista para dentro sem eu reparar. Com todas estas coisas, comecei a desconfiar e pensei "Ok, se a Greta organizou alguma coisa, de certeza que contou ao Cedric", pelo que lhe enviei logo uma mensagem a dizer "Do you know anything about my surprise party?" (admito que, mesmo com estas pistas todas, mandei a mensagem com um bocado de medo de não haver nada e fazer só uma figura ridícula).
Entretanto a Anna e a Virgi lá decidiram entrar, e lá estavam eles todos numa mesa. A Greta, a Benny Mechetti (da III^I), o Gialla, o Andrea (que fez AFS para a Austrália este verão), a Martina Fornacialli, a Lucia, a Tambu, a Arianna (que fez AFS para o Canada o ano passado) e a Benny Magnani, todos a sorrir-me (e ainda a Virgi e a Anna que estavam comigo). A Greta levanta-se, e diz-me "e temos uma surpresa para ti". A Benny levanta-se e vai a outra sala, de onde sai o Cedric. Não imaginam a minha felicidade quando o vi. Não o via há uma semana e estava a morrer de saudades, pelo que fui a correr abraçá-lo, a tremer de felicidade. Quando o larguei, fui abraçar os outros todos pela surpresa que me fizeram.

Sentei-me e, ainda a tremer, estive a falar com todos eles, a agradecer imenso. Lá veio a pizza e as bebidas e, como é habitual deles, nunca me deixavam ter o copo vazio, e reclamavam quando estava demasiado cheio.
O ambiente durante o jantar estava muito bom, e eu a sentir-me mesmo muito bem. No fim do jantar a Arianna já estava um bocado mais para lá do que para cá,  pelo que começou a gritar "discurso, discurso". Como é óbvio eu não sabia o que dizer, mesmo se fosse em português, pelo que disse que não. Ela obrigou-me a levantar, e estivemos a fazer uma entrevista, em que tive de dizer "Italia nr.1" para a câmara. A última pergunta foi se me dava bem com a minha irmã, ao que eu respondi que não. A Anna levantou-se e veio ter comigo, num andar lento e com cara de má. Olhámos nos olhos uma da outra, partimo-nos a rir e abraçámo-nos com tanta tanta força.

Estivemos a noite toda no Magnani, enquanto o Cedric dizia que me invejava porque nunca tinha festas como aquela, e todos os meus fins-de-semana são assim. Apresentámos o Cedric ao Marck, o fotográfo, que ficou a falar connosco imenso tempo e a tirar imensas fotos. Eu e o Cedric entretanto fomos ao banco, fizemos uma mini guerra de neve, que ficou séria quando ele me meteu um bloco dentro da camisola.

Deram-me ainda uma caixa onde cada um escreveu uma dedicatória para mim, o que é uma óptima recordação. Depois disto a minha irmã começou a pensar imenso no facto de eu me ir embora, e chorava baba e ranho. Queria fazer-me prometer que eu ficava cá, mas (infelizmente) não posso prometer isso. Os outros também me diziam para não ir embora, e ainda fizemos um brinde ao meu regresso em Abril.

Quando a maior parte já se tinha ido embora, fomos ao Seven para ver como estava, mas desistimos logo. Como estava imenso frio, decidimos vir para casa, pelo que me tive de despedir do Maio, que já não vou voltar a ver. Já não o via há algum tempo, e não sou próxima dele, mas vou ter saudades porque sempre foi uma pessoa impecável comigo e que falou comigo desde o início.
Viemos para casa e aterrámos na cama mal chegámos, pelo que não consegui escrever o blog.

Desculpem os atrasos constantes, mas pelo menos significa que a minha experiência está a ser óptima e que tenho coisas para fazer, o que é óptimo! Beijo!

P.S.: Hoje o meu pai perguntou-me a que horas era o comboio em Bologna. Eu respondi "17:30" e a resposta dele foi "E o que acontece se o perderes?". Não quero ir embora, bolas!





























Nenhum comentário:

Postar um comentário