sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Corridas ilegais (31-10-2013)

(31-10-2013)
Ola ola!!!
Desculpem isto de não publicar os textos no dia suposto, mas a internet nem sempre funciona e quando saio à noite volto sempre demasiado cansada para escrever.

Então, ontem voltou a ser um dia incrível, daqueles que me deixa feliz.
E começou bem desde o início.

Cheguei à escola e a primeira aula era Matemática, em que a stora entregou os testes. Eu, que estava à espera de chumbar o teste (ter menos de 6), recebi um 7/8!
Depois a Ines perguntou-me se ia fazer o teste, ao que eu respondi (mesmo surpreendida) "que teste?!". A minha turma principal (IV^P) ia ter teste de latim e eu não sabia.
Mais uma vez, durante o teste, sentei-me mesmo em frente ao professor, para dar alguma margem aos outros. O prof entrou e perguntou-me, a rir, se queria fazer o teste. Até tentava, se não fosse em Latim.
Fiquei assim a escrever uma composição em Italiano para entregar ao meu prof, uma breve apresentação minha, das minhas famílias, do meu motivo de estar em Itália e do meu dia de ontem. Quando acabei, peguei no Memorial do Convento e meti-me a ler (li cerca de 70 páginas!!!). Enquanto eu lia, o meu professor perguntou-me se estava a ler em Italiano. Quer dizer, mesmo sendo em Português eu não percebo grande parte, quanto mais se fosse em Italiano.
Durante as duas horas de teste aproveitei também para observar a sala, as pessoas, as expressões ao ler o teste e assim. Reparei também no enorme dicionário Latim-Italiano que traziam, que não custava nem mais nem menos do que 91€.
A meio da aula, um miúdo bateu a porta e disse que tinha uma coisa para o Silari, um colega meu. Era o irmão mais novo dele (que faz o curso de culinária) que lhe trazia uma fatia de pizza (Lucas, Hugo, fica a dica).

Entretanto chegou o intervalo e eu e o Matteo fomos dar uma volta pela escola e aproveitámos para comer um muffin que eu ofereci.
Entretanto fomos para o corredor da nossa sala onde estava a professora de Matemática a recolher nomes para uma palestra que vai haver dia 22 em Reggio Emilia, "As mulheres e as tecnologias". Primeiro ninguém da minha turma queria ir, mas agora vamos todos. Um dia sem aulas, como não aproveitar?

Quando tocou fui para a minha aula de Matemática com a III^P. Como eles estavam a fazer teste eu fiquei sentada num canto a ler mais Saramago, que até estou a gostar, embora a escrita sem aspas e assim seja muito confusa.
Passado uma hora lá fui eu para a minha aula de Espanhol. Hoje a aula era com uma senhora mesmo espanhola que, embora tenha feito Erasmus em portugal, a única coisa que me disse em Português foi "gosto muito de Lisbona", que como podem ver nem é totalmente Português.
Na aula de hoje estivemos a falar sobre um trabalho que temos de fazer para dia 21, um telejornal. Eu fiquei encarregue de fazer uma notícia portuguesa que se enquadra nas "notícias internacionais" e ajudar uma outra rapariga a fazer uma entrevista a alguns professores. Bem, Agustin, tens aqui trabalho para fazer que eu e o espanhol já não somos mais amigos.

Quando tocou tentei ligar à Greta, que não me atendeu. Fui então para o autocarro e guardei um lugar para ela. Ela ligou-me e eu disse-lhe que estava lá e que tinha um lugar, e em 2/3 minutos ela chegou. Hoje não estava lá o brasileiro, mas um amigo dele disse-me que ele me dizia "olá". Vim o caminho até Casina a falar com a Greta, mas depois fiquei sozinha. Não por muito tempo, porque passado um pouco estava com um turco ou assim ao meu lado, que não tinha outro lugar onde se sentar.

Quando cheguei a estação de Reggio aproveitei a companhia das pessoas que estavam no meu autocarro para não ter de passar no túnel subterrâneo sozinha, já que aquilo é um bocado perigoso.
Cheguei ao McDonald's e eles estavam todos loucos a brincar com o minion que saiu hoje no happy meal. Pois é, a primeira vez que pedi um happy meal começaram todos a gozar comigo, mas hoje não houve uma única pessoa que não tivesse comprado um.
O meu happy meal já estava comprado, mas bem diferente do que eu tinha pedido. Em vez das minhas maçãs tinha o raio de um pedaço de ananás, e em vez de hamburguer tinha cheeseburguer, que como vocês sabem (os mais próximos) é sem dúvida o meu hamburguer de seleçao (ou não). O motivo destes enganos era muito simples, o Agustin decidiu armar-se em sabe tudo e fez o pedido em espanhol, embora estejamos a viver em Itália.

Partimos então rumo à da escola de Italiano, super divertidos com os minions. No meio do caminho encontrámos um carrinho de compras do Lidl, que serviu de transporte à Cille, enquanto o Agus conduzia. Chegados à escola, estacionámos o carrinho e fomos para a sala. Já estava lá toda a gente (desta vez só 3 chinesas, 1 russa, 1 chinês, 1 colombiano e 1 brasileira), mas cadê o Luciano.

Lá chegou o professor e começou a aula, desta vez sem a Iris que está em Roma com a família. Estivemos a conjugar mais verbos, a falar de proposições e depois fizemos entrevistas individuais que o professor gravou e ouvimos no final da aula, para ouvir os erros. Bem, quando o professor meteu as gravações a dar eu, a Cille e a Serra, estávamos super envergonhadas, cada uma pelo seu motivo. A Cille, durante a entrevista, respondeu à pergunta "Como te dás com a tua família?" dizendo "Tenho duas irmãs, um pai e uma mãe". Já eu fui gozada pela minha maneira de dizer o "R". Roma, Reggio Emilia. Estavam todos a gozar comigo e a dizer que quando eu digo um "R" é como se estivesse a puxar o escarro.

O professor tentou (outra vez) separar-me do grupo, mas eu disse que não. Depois de ele insistir um pouco lá cedi e, quando estava a sair do lugar, ele perguntou-me "Mas não queres vir para ao pé de mim?", ao que eu respondi que não e ele lá me deixou ficar no meu lugar. A meio da aula ainda disse "Eva è cativa", e os da AFS começaram-se logo a rir. Concluímos (pela milionésima vez) que ele me odeia. Mas, na minha entrevista, quando eu lhe disse mais uma vez que não ia ficar aqui o ano todo, que só ficava mais um mês, ele perguntou se eu não podia mudar isso. Eu disse-lhe que tinha tentado, mas que a AFS não me deixava, e ele perguntou "Mas mesmo que eu fale com eles eles não deixam?". Pelos vistos até gosta de mim, ou é muito falso. O Agustin disse que é a segunda, que ele queria que eu ficasse até Junho, de forma a fazer o exame e assim ele ter a oportunidade de me chumbar.
No meio de uma conversa na aula, eu disse ao Cedric que o tomate era um fruto, mas ele não acreditou. A Serra e a Cille disseram que eu tinha razão, mas o Cedric e o professor continuaram a dizer que não. Apostámos assim um happy meal, pesquisámos na net e... eu tinha razão! Um happy meal grátis para mim na terça feira!
No final da aula de Italiano o professor começou a falar com uma pessoa que estava lá fora. Chamou-lhe William (o rapaz da moldávia) e começou a reclamar por ele não ter aparecido na aula. Entretanto disse-lhe para entrar (para falar melhor com ele) e, em vez de entrar o moldavo, entra um chinês, o que nos fez rir imenso. E, quando o professor perguntava porque é que ele não tinha vindo à aula, ele só abanava o corpo todo e com a mão direita fazia constantemente o gesto português para "depois" ou "a seguir". O Cedric disse que parecia que esteve a drogar-se e realmente parecia. Mas o melhor foi quando o professor perguntou se ele era da Intercultura, a confundi-lo com a Iris, e foi aí que nós nos partimos a rir.

Quando a aula acabou, descemos e à porta da escola estava o Manu que como estava perto parou para nos cumprimentar. Voltámos a pegar no carrinho de compras (desta vez com o Cedric lá dentro) e partimos rumo à estação. No caminho viemos a encontrar outro carrinho de compras abandonada, no qual entrou a Cille comigo a conduzir. Fizemos assim uma corrida entre os dois mas, apesar de nós estarmos a ganhar durante toda a corrida, eles conseguiram passar-nos à frente. Perto da meta vimos um carro da polícia, pelo que saímos rapidamente dos carrinhos e fomos embora, como se nada fosse.

Chegados à estação perdemos a Serra, que foi para casa. O mesmo se passou com a Cille, pelo que fiquei com o Agustin e o Cedric. Apanhámos um autocarro e fomos para o centro. Novamente não paguei bilhete (pela 5ª ou 6ª vez), mas eles disseram-me que já tinham estado em três "rusgas" a clandestinos no autocarro. Abrem só a porta de entrada e pedem o bilhete a toda a gente. Se não o tens, pagas 60€ de multa. Com isto comecei a ficar super nervosa (achava que nunca se fazia isso, mas estamos aqui há dois meses e cada um já esteve em 3 situações dessas, e não eram a mesma). No entanto lá chegámos ao centro sem nos pedirem o bilhete, o que foi uma sorte.
No centro fomos à K2 (uma gelataria óptima) onde eu paguei um gelado a cada um (pois é pipas, ando muito generosa! Já paguei as bebidas quando fomos ao centro comercial, paguei quando fui com a minha assistente a um café, paguei os gelados e paguei o muffin ao Matteo, entre outros. Orgulha-te de mim).

Enquanto comíamos o gelado fomos andando para Porta Castello, onde eu e o Agus apanhávamos o autocarro. Entretanto ficámos à conversa com o Cedric, que nos acompanhou até lá. Às 18h10 chegou o autocarro e eu e o Agustin subimos, enquanto o Cedric voltou para a estação para apanhar outro autocarro.
Quando cheguei a Castelnovo ne Monti vim para casa a pé, mas antes passei no banco para levantar dinheiro. Estava com os fones no máximo, pelo que me assustei imenso (quando digo isto é do género "mandei mesmo um salto") quando uma bombinha rebentou atrás de mim. Pois é, é Halloween e as crianças (grupos de raparigas disfarçadas de bruxas ou rapazes só com máscaras feias) andam por aí.
Quando cheguei a casa fui um bocadinho ao computador, fiz skype com a minha família e vesti-me para ir a uma festa. Enquanto falava com os meus pais no skype, a Benny, a Virgi e a Anna entraram e disseram-lhes olá.

Chegadas ao jantar (atrasadas e a aniversariante já se estava a passar, tanto que ligou à nossa mãe) encontrei lá o Matteo (que já sabia que ia), a Giulia da minha turma e a Camila da minha outra turma. A Martina (a aniversariante, que é da turma da Anna) quis me apresentar às pessoas e lá estive eu a dizer o meu nome 5 vezes, enquanto dava uns belos "passou bem" (aqui em Itália, quando conheces uma pessoa, dás um "passou bem", não beijos).
No jantar estive sentada com o Matteo, a Camila, a Giulia, uma outra rapariga que não conhecia, a Virgi e a Anna, e a meio passou uma rapariga da minha turma de Espanhol para me dizer olá (embora eu nunca tenha falado com ela). O jantar foi pasta com qualquer coisa e depois um panado com batatas fritas, que sabe sempre bem.

O jantar foi no Magnani (bar onde costumamos sair), pelo que a uma certa hora começou a entrar o pessoal que vinha sair, entre eles pessoas que eu conhecia. Estive a falar um bocado com a Greta, que me apresentou o namorado, mas também com o Andrea, que fez Intercultura este verão, esteve dois meses na Austrália.
Quando fui para fora estive também a falar com o Yannick, que estava de partida para Espanha. Estivemos a falar imenso em inglês sobre a aventura dele e também a aprender umas palavrinhas daquelas dos adolescentes italianos, que a Anna e a Virgi nos estavam a ensinar.

Voltámos para casa cedo porque, apesar de ser Halloween, a noite de sexta é que é a esperada, dado que vamos a uma festa de uma aldeia, a festa do javali (soa tão bem), e todos dizem que é brutal. Chegadas a casa foi aterrar e dormir, sabendo que não tínhamos de acordar cedo no dia seguinte.
Pois é, tuguinhas, aqui dia 1 ainda é feriado e dia 2 também (não vou ter aulas no sábado!), pelo que, em vez de ter 1 dia para descansar tenho 3. E em vez de ter 1 noite para sair, também tenho três. Que grande chatice.

Deixo-vos aqui algumas fotos do meu dia. Beijo grande a todos!

P.S.: Descobrimos que a "farinha" que usámos para fazer o bolo de iogurte no outro dia não era farinha mas sim cereais, ups.

P.S. para a Filipa: Também paguei o jantar à Anna, já viste como sou querida para com as pessoas de quem gosto?







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