Boa noite!
Como vos disse, hoje acordei cedo. Aliás, metam cedo nisso. Acordámos por volta das 6h30 porque a Arianna faz hoje 18 anos e fomos lhe fazer uma surpresa. Vestimo-nos à pressa e, quando saímos de casa, estava um carro à nossa espera. A mãe da Virginia, a Virginia e a Benedetta. Fomos direitas a casa da Ari onde a mãe dela já nos esperava.
Quando entrámos em casa e preparámos as coisas, entrámos no quarto dela com velas nos cupcakes e a cantar "tanti auguri", para a acordar. Ela adorou a surpresa e agradeceu-nos imenso.
Depois de se preparar tomámos o pequeno-almoço em casa dela. E agora digo-vos, os cupcakes estavam deliciosos!
Fomos para a escola a pé e com alguma pressa, porque a Anna e a Virgi tinham "verifica d'Inglese". Eu, por outro lado, tinha duas horas de ginástica mas não fiz aula. Não sei o que se passa comigo, mas estou com uma dor que não é bem dor na barriga. É uma espécie de sensação de vazio que às vezes dói, e não tem um sítio específico.
Fiquei então com a Tamara, a Ines e a Erica sentadas nos colchões, enquanto elas estudavam para a interrogação de italiano. Passei a aula a dormir e só acordei quando ouvi a Erica a dizer que não tinha a certeza se o stor me ia interrogar, porque na semana passada disse que sim.
Depois fomos para a temida aula de Italiano. Tudo nervoso. Ninguém estava preparado. O professor pega no saquinho com os nomes (sim, porque aqui os professores sorteiam quem vai ser interrogado), e dois nomes saem: Tamara e Erald. O resto da turma suspirou de alívio e começaram a fazer as suas coisas. Ao meu lado estudavam qualquer coisa, mas eu dediquei-me a Inglês. Passei a aula então a estudar o Henry VII, o Henry VIII e os seus percalços de vida: a Mary I, a Elizabeth I e o Edward. Pois é, aqui em Itália, para além da gramática, damos Shakespeare e história inglesa.
No intervalo fomos ao piso inferior para comprar muffins que uma turma esteve a vender para ganhar dinheiro para uma viagem a Inglaterra. 0,50€ cada muffin, que sonho.
Depois vieram as duas horas de Filosofia e História, e eu estive completamente a leste nas duas aulas. Acho que a única coisa que ouvi foi que para a semana, na terça feira, temos uma verificazione, mas nem sei de qual das disciplinas.
Quando a escola acabou fui com a Ariana e a Benedetta para o Miramonti, o restaurante onde íamos almoçar para comemorar os anos da Ari. Quando entrei no restaurante admirei-me imenso porque achava que era um almoço de 5/6 pessoas e, quando dei por mim, éramos cerca de 30.
Os primeiros pratos foram ravioli de ervas e de batata. (Pois é, tenho uma novidade! Descobri que o que como em Portugal não é ravioli mas sim tortellini. E eu que dizia que gostava de ravioli!!)
Depois veio lombo de porco e batatas, que quase ninguém comeu por já estar cheio. E ainda veio uma fatia de bolo de anos e um outro doce que não percebi o que era. E depois das sobremesas passou uma garrafa de limoncello, mas eu não provei.
E quando fui pagar até me assustei. Não paguei nada mais, nada menos do que 18 euros. Aliás, até paguei mais, dado que paguei com cartão e assim tenho de pagar uma taxa.
Quando o almoço acabou, eu, a Virgi, a Anna e a Tambu fomos ao Magnani para beber um café e eu aproveitei para levantar dinheiro porque preciso de ir comprar urgentemente um quispo.
Depois voltámos a casa, e eu tinha uma encomenda para mim, mais uma. Dentro estava uma revista com receitas portuguesas, um pacote de toblerone mini, um postal e os meus florais de Bach. E no postal a minha mãe dizia que não só tinha saudades minhas como das minhas amigas, que agora não passam a vida lá em casa.
Fui estudar para a cozinha com a Anna, tentar estudar matemática e desistir e depois fazer os trabalhos de casa de Inglês acerca dos retratos da Queen Elizabeth.
Entretanto começou a entrevista da Margarida Bandeira na SportTV3, e eu não podia perder isso por nada. Quando acabou, fui com a Anna à loja de telefones para carregar o meu e perguntar pelo samsung. A rapariga disse que a mãe tinha ido hoje a milão em trabalho e que amanhã dizia alguma coisa. Da outra vez disse que ia levar 4 dias a dizer o que fazer e entretanto já lá foram 2 semanas.
Às 19h a Anna teve treino de ténis, e eu estive a falar ao telemóvel com a Maria Rebello de Andrade. Ela contou-me (e eu gozei, obviamente) que já se andava a esquecer do português e que já não sabia como escrever "água". A verdade é que eu, ao escrever este post, achava que a palavra portuguesa para "portrait" era "portrato", mas entretanto descobri que essa palavra não existe. Nem semelhante. E que a palavra certa para isso é "retrato".
Entretanto a minha mãe chegou e estive a meter a mesa com ela. Depois a Anna telefonou a pedir para a irem buscar ao ténis e eu fiquei sozinha em casa. E o telefone tocou. Pois é, todos os exchange students percebem o quão difícil é o momento. O mais óbvio é não atender: não é a nossa casa e não ligam para nós. Mas e se é um dos nossos pais que não conseguiu contactar pelo telemóvel? Mas a única maneira de saber é atender. E se não for?
Nunca tinha atendido o telefone de casa desde que cheguei e hoje atendi 3 vezes. Na primeira perguntaram pela minha mãe, disse que não estava, perguntaram quando voltava disse que não sabia e desligaram. A segunda foi a Anna, e eu atendi para lhe dizer que a mãe já tinha saído para a ir buscar. E depois voltou a tocar e eu, a achar que era a Anna, atendi. Mas era um homem a vender qualquer coisa. Disse que os meus pais não estavam em casa e desliguei.
Quando dei por mim sei nada para fazer fui para o sofá e liguei a televisão para ver filmes em italiano com legendas em inglês. Comecei na idade do gelo, mas acabei no Taken 2, que é um dos meus filmes preferidos.
Entretanto fomos jantar. Sopa de cenoura e rosbife de segundo prato. E a sobremesa foi crostata, um bolo italiano.
Hoje falámos mais, foi um jantar agradável.
Depois de comermos fui ajudar a minha mãe a arrumar as coisas e a secar a louça. E estivemos a falar durante o tempo todo. Falámos dos meus avós portugueses, dos holandeses e dos italianos. Se os tinha conhecido ou não. Pois é, no domingo fez um ano que o avô Zé morreu, o tempo passa a correr.
Pedi-lhe também para ir ao Petalli (centro comercial em Reggio Emilia) com os outros AFS'ers, e ela deixou. Fiquei muito feliz, porque é a primeira vez que vou estar com eles sem ser para uma atividade da Intercultura. Mal vejo a hora!
Quando acabámos tudo fui tomar um duche e deprimir, porque estava com esperanças de conseguir trocar o meu programa para um anual e a AFS Itália não me deixa. Que raiva. Não quero deixar isto.
Bem, vou dormir que já é tarde e amanhã é mais um longo dia. Deixo-vos com fotos da surpresa à Arianna.
Boa noite!


Nenhum comentário:
Postar um comentário