quarta-feira, 30 de outubro de 2013

bolo de maçã? (Fogo, agora reparo que estou sempre a comer!!) (29-10-2013)

(29-10-2013)
Boa noite Tugas!

Hoje foi mais um daqueles dias que me faz querer ficar aqui mais tempo, aqueles dias em que me sinto mesmo feliz com a minha nova vida.

As primeiras duas horas de hoje eram de Educação Física mas, como tinha de ir para Reggio Emilia depois da escola sem tomar banho entretanto, decidi dizer ao professor que não estava muito bem e que não ia fazer aula. Mas, felizmente (ou infelizmente porque podia ter dormido mais), o professor não estava na escola e íamos ter furo. Até que chega o Bertani (o meu professor preferido, o de Artes) e disse que arranjou substituição para o segundo tempo, com a professora de Religião. Bem, a stora estar lá ou não foi exactamente a mesma coisa: cinco colegas meus a jogar monopólio, outros a estudar e eu a ouvir música portuguesa com os fones no máximo, o que soube mesmo bem.
A terceira aula foi Italiano e foi interrogação oral ao Luca e à Erica, pelo que eu estive a descansar o tempo todo.
Quando acordei era intervalo e era tempo de eu arrumar as minhas coisas e meter na sala da Anna, para onde ia no próximo tempo. Fiz isso e depois fui ter com uns amigos meus ao bar da escola (onde vendem pizza, gnocco e assim), o Matteo e a Tamara.
Ao quarto tempo fui para a sala da Anna, onde tive aula de Ciências. A aula teve um momento particularmente engraçado para mim, quando a professora estava a ler um cartaz de uma conferência e, ao deparar-se com palavras inglesas, disse "Peço desculpa à aluna estrangeira" e depois grunhiu algumas palavras numa tentativa de inglês.
A quinta aula foi a que eu mais receei, pois tinha de ir para uma turma onde não conhecia ninguém. Quando bati à porta já estavam a fazer exercícios mas, como era com a minha professora de Matemática e eu já a conhecia, não houve problema. Lá me sentei num lugar livre na última fila e uma rapariga que estava dois lugares ao lado apresentou-se, a Greta. E depois apresentou-se a Camila. Entretanto chegou um rapaz que estava lá fora e que estava sentado ao meu lado, e apresentou-me como Giosef. O rapaz foi muito prestável e fez-me várias perguntas, entre elas se falava italiano, de que terra era em Portugal, se era perto da praia, se me estava a dar bem em Itália e como se diz "Come stai?" em Português, ao que eu respondi "Como estás?" e ele repetiu como realmente nós dizemos "Como extáx?".
No final da aula várias raparigas vieram ter comigo a apresentar-se e a perguntar como estava e assim, e depois a Greta disse-me que vai fazer Intercultura para o ano, na Finlândia. Concluímos assim que amanhã vamos à mesma reunião em Reggio Emilia, e ela ofereceu-se para em dar boleia, em vez de ir de autocarro. E convidou-me para almoçar antes em casa dela, super amorosa.
Descobrimos também que ambas apanhamos o mesmo autocarro depois de almoço (embora ela saia mais cedo e eu vá até ao fim da linha) e fomos juntas depois da escola. Foi a primeira vez que consegui um lugar mal entrei no autocarro. Estivemos a falar um bocado no início, mas entretanto ela tirou o Ipod da mochila e perguntou se queria ouvir música. Bem, passámos cerca de 25min a ouvir Queen, Green Day e Oasis, o que soube mesmo bem.
Quando ela saiu em Casina, eu fiquei a pensar no quão bom tinha sido conhecê-la e no quão me identifico com ela. E passado 5 minutos recebi uma mensagem dela a dizer que eu era uma "ragazza davvero carina" e a perguntar-me se podia ir mesmo almoçar a casa dela.
Vim o resto da viagem a falar com ela por whatsapp, feliz por ter encontrado alguém.

Quando cheguei a Reggio Emilia fui ter ao McDonald's da estação onde estavam  todos à minha espera. Pedi o meu happy meal e lá fomos nós para o centro de imigração ilegal. Hoje éramos só 11 na aula mas tínhamos uma colega nova: a Anastacia da Rússia.
Começámos a aula a fazer exactamente o que fizemos na aula passada e, para tentarmos mostrar ao professor que já tínhamos feito isto, começámos a responder correctamente e em coro a todas as perguntas. Até que ele desconfiou e perguntou se já tínhamos feito.
Começámos então com matéria nova: artigos indefinidos. E verbos: essere (ser), avvere (ter), andare (andar) e fare (fazer). E fizemos um exercício de listening de uma conversa onde faltavam algumas palavras. Depois de completo o diálogo, o professor chamou o Cedric (da Bélgica), o William (da Moldávia) e a Anastacia (da Rússia) para representar. Foram "bravíssimi" e tiveram direito a um aplauso do Minion que recebemos no McDonalds, o que gerou uma onda de riso entre os imaturos da Intercultura. E o professor pediu uma segunda volta: Cedric, Agustin e Eva. Quer dizer, para um professor que está sempre a reclamar que eu me rio demasiado, fez realmente a melhor escolha. Pôr-me a mim e aos meus melhores amigos em Itália a fazer um teatro. O riso começou ainda eu nem tinha saído da cadeira, dado que o Cedric (que não tinha preenchido todos os espaços) pegou na minha folha, e o professor (numa tentativa de esclarecer uma dúvida) pegou nela para ver uma coisa. O motivo de riso foi exactamente esse: o professor estava com a minha folha na mão, a folha onde a Cille esteve a escrever porcaria. Riso e cara vermelha/roxa controlados, começámos o teatro que, em vez de demorar 2 minutos, demorou cerca de 4, devido às nossas longuíssimas pausas de riso e para descobrir qual a nossa fala.
Quando me fui sentar olhei para a Iris, que brincava com o Minion. Tinha o boneco preso ao dedo mindinho e quase chorava de tanto rir, o que é contagioso. E, como eu é que sou a meia nórdica que fica vermelha que nem um tomate, o professor só me chamou a atenção a mim e mudou-me de lugar sozinha para perto dele, enquanto a Iris se ria.

O resto da aula foi passado na seca de gramática sem amigos por perto, que às vezes olhavam para mim e riam-se. Até que o professor pediu para usarmos os livros e descobriu que só os da Intercultura o têm. Aliás, os da Intercultura menos eu. Disse-lhe que não tinha e expliquei-lhe que só estava em Itália para 3 meses, e que voltava dia 1 de Dezembro, ao que ele respondeu "Me dispiace". Dispiace, dispiace, todos nós sabemos o quanto me odeias.
Consequentemente o Agustin teve de se vir sentar ao nosso lado e fizemos grupo com o casal que vivia em Espanha, o Colombiano e a Brasileira.

Quando a aula acabou fui comer o meu segundo hambúrguer, já que não o consegui comer na aula, enquanto consegui comer as batatas fritas, a coca cola e a maçã. E, enquanto voltávamos para a estação de comboios, vinha a falar com o Cedric. E, no meio da conversa, ele disse-me que, como já não tinha nada com a  rapariga de quem gostava, não valia a pena... "O quê?!?!? Vocês já não têm nada?!? Não me disseste!", ao que ele respondeu "Eu disse-te! Na semana passada! Disse-te isso, mas tu não respondeste e continuaste a comer, e depois disseste "Olha que prédios tão feios, mas já estou habituada porque em Portugal há imensos destes"", o que nos fez rir imenso. E ainda melhor foi a representação dele, enquanto repetia a cena da semana passada. Eu, curvada na comida a comer como se não visse comida há 15 dias, a ignorar o que ele dizia e depois a comentar os prédios vizinhos.
Viemos o caminho todo a rir, enquanto ele me contava a verdadeira história.
Quando chegámos à estação a Iris apanhou o tram e foi para casa, porque já eram horas, pelo que ficámos os cinco lá. Eu e o Cedric fomos ao outro lado da estação (à estação das corrieras) para pedir umas informações. Mas para ir para lá sobrevivemos cinco vezes, dado que tivemos de passar no túnel subterrâneo com pior ambiente aqui na zona.
Depois de nos encontrarmos outra vez com todos, decidimos o que fazer. A Cille e a Iris iam beber chocolate quente, o Cedric ia para a escola para ir ter com a mãe, e eu e o Agustin íamos apanhar a corriera para irmos para casa. Chegados à estação já o nosso autocarro estava lá, que entretanto descobrimos que era só meu, dado que era direto e não passava na terra dele. Tive assim de me despedir dele e ir para o autocarro.
Hoje vim o caminho todo a ouvir música portuguesa: Supernada, Ornatos, Homem ao Mar e Linda Martini, o que foi óptimo.

Quando cheguei a Castelnovo fui ao Coop, para comprar mais um Lindt. Por favor, subam o preço daquilo que este já é o meu terceiro.
Em casa fui pôr a mesa, vim para o meu quarto e depois fui jantar. O jantar foi risotto e estava delicioso.
Depois de jantar fiquei com a Anna a arrumar a cozinha (fazemos isto todos os dias) e os meus país saíram. Fizemos ainda uma tarte de maçã meia aldrabada, dado que primeiro estávamos a pensar fazer uma diferente e a meio reparámos que não tínhamos metade dos ingredientes.

Agora estou no quarto a relaxar e vou dormir. Amanhã é outro dia longo.
Deixo-vos com umas fotos da preparação do bolo de maçã e também o papel que eu escrevi aos meus amigos quando estava isolada, acompanhado pelo minion que causou isto tudo.
Boa noite!

P.S.: Aqui os autocarros directos têm paragens, mas só as fazem se lhes apetecer.
P.P.S.: Quando cheguei a Reggio Emilia lembrei-me que não paguei o bilhete da minha viagem de ida.
P.P.P.S.: Durante a aula com a turma da Anna começou a chover de uma maneira incrível. Mas quando digo incrível e mesmo incrível, daquela que ouves tudo na sala de aula. Quando fui para Reggio o céu estava limpo e muito bonito, e agora está a trovejar. Enganei-me e estou a viver nos Açores.
P.P.P.P.S.: Durante a aula de italiano um dos exemplos de personagens foi uma senhora chamada Paola Rota, eheheheh. Rota.






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