Boa noite!!
Hoje voltou a ser um dia super comprido.
Quando cheguei à escola o Matteo veio-me dizer que achava que eu estava doente e que por isso tinha faltado à escola, mas que depois leu o meu blog e percebeu. Espero que os meus professores não o leiam.
Estive a falar com ele e ele tem lido as publicações mais recentes, e sem usar google translate. Diz que percebe português quando está escrito e que quando não sabe qualquer coisa usa um dicionário. Corajoso.
As primeiras duas aulas foram educação física e, como estava imensa gente a faltar para estudar, tivemos de fazer equipas com o professor e com raparigas de outra turma. Estivemos outra vez a jogar volley a aula toda. Não é uma queixa, de todo. Antes isto do que futebol.
Hoje fiquei na equipa com, entre outros, o stor, a Ines e o Erald, e foi muita divertido.
Infelizmente a aula acabou meia hora mais cedo porque todos tinham de estudar para a verifica que tínhamos a seguir. Pois é, um belo testezinho de filosofia e história, misturados.
A aula a seguir foi italiano, que foi passada a fazer interrogação à Ines e ao Borghi, que se safaram bem. Enquanto eles estavam a ser avaliados eu estive a tentar estudar um bocado para o teste (Desta vez não tive a dormir! Mãe, já estás mais orgulhosa de mim?), mas óbvio que não deu resultado nenhum. Entretanto a aula acabou e estivemos a separar as mesas, de forma a estar longe o suficiente para o professor não reclamar, mas perto o suficiente para conseguir copiar. E eu fiquei no lugar privilegiado, em frente à secretária do professor, de modo a tapar-lhe a visão.
Quando o prof. entrou eu fui falar com ele. Disse-lhe que estive a tentar estudar mas que não percebia nada, ao que ele me respondeu "Non c'è problema", e não fiz teste. Em vez disso estive a escrever mais um texto para entregar ao Manumanu24 (nova alcunha do Manu voluntário da AFS graças ao seu mail), para treinar o meu italiano. Até que a minha tutora escolar me chamou. Os horários definitivos saíram e agora podemos marcar um para mim. Sentámo-nos em frente a uma lista com os horários e decidimos algumas mudanças. Vou começar a fazer Ciências uma hora por semana com a turma da Anna e outra com a da Arianna, vou fazer uma hora de Matemática com o terceiro ano e vou começar a fazer Espanhol com o liceu linguístico. Inscrevi-me nesta disciplina porque achava ser fácil para mim, mas desde que cheguei a Itália que não consigo formar frases em Espanhol, sai tudo Espaliano (ou Itanhol, como quiserem).
A minha tutora vai pedir autorização aos respectivos professores mas, se tudo correr bem, para a semana já cumpro o novo horário.
Quando a verifica acabou, vim para casa almoçar. Hoje o almoço foi putanesca, ou seja, massa. E como segundo prato uma salada.
Depois do almoço fui tomar um duche e a minha mãe preparou-me um pacote com os bolinhos que sobraram da visita do pasteleiro ontem à noite, para levar a casa do Agustin.
Antes da corriera aproveitei para ver o episódio de Walking Dead, que foi qualquer coisa de monstruosa. Quando acabou, fui para a paragem onde me encontrei com a Matilde, que também ia para Reggio e com quem tinha combinado.
Infelizmente o autocarro voltou a ser aquele que todos os estudantes usam e que por isso veio cheissimo, pelo que eu e ela tivemos de vir grande parte da viagem em pé.
Quando saí do autocarro na estação, o Agustin estava lá a minha espera. Apanhámos um daqueles autocarros da cidade e fomos para o centro, onde comemos um gelado na melhor gelataria de Reggio. Depois voltámos a apanhar o autocarro da cidade, mas desta vez com destino a Albinea. Passado 10 minutos de termos chegado à terra dele, chegou a mãe e a irmã mais velha de carro, para nos buscar.
Conheci a família toda menos o pai (porque estava a dormir) e começámos a jantar. O comer hoje foi pasta com tomates e um bife de frango depois. E como sobremesa os meus bolos.
O jantar estava todo a correr muito bem até chegar o pai do Agustin. Pois é, esqueci-me de vos dizer que, apesar de dizer que tem 48 anos, ele tem na verdade 4. E uns 4 acabados de fazer.
Graças a ele e às coisas parvas que disse, o jantar foi todo passado em gargalhadas, ou em repetidos momentos em que eu fico com a minha cara mesmo mesmo vermelha e toda a gente a comenta fazendo ainda pior.
É uma família muito divertida e muito unida, apesar de grande. São os pais, uma rapariga de 17 anos, um rapaz de 16, uma rapariga de 15 e outra de 7. No entanto, são o estereótipo de italianos: super acolhedores, super divertidos e abertos. Foi um jantar super agradável e eles fizeram-me sentir super bem, apesar de eu estar super nervosa.
Depois de jantar o pai do Agustin levou-nos a ver a produção caseira de Vinagre e a prová-la. Apesar de forte (e de eu não ser grande apreciadora de Vinagre) era muito bom.
Quando voltámos para casa fizemos pipocas e depois partimos os três rumo a Castelnovo ne Monti: eu, o Agustin e o pai.
Depois de termos escolhido um dos sete carros disponíveis (o senhor é taxista e tem sete táxis), deixámos Broletto e iniciámos a nossa viagem, ao som de Miami Vice (a música que tocava quando os pais de acolhimento do Agustin se conheceram).
Quando chegámos a Castelnovo eles deixaram-me em casa e seguiram viagem para voltar a casa, que afinal são cerca de 45 min.
Foi um dia muito agradável, e fiquei contente por ter ultrapassado todos os meus nervos e ter ido ao jantar.
Vou dormir, estou cansada.
Boa noite!
P.S.: Aqui vos deixo uma das piadas que o pai do Agustin mandou, tendo em conta que os carabinieri (policia italiana) são as louras ou alentejanos portugueses.
Na esquadra dos carabinieri estava a comissão dos policias italianos a fazer alguns testes para atribuir promoções. Passado muito tempo de espera, um carabinieri é chamado. E perguntam-lhe quanto é 4+5 ao que ele, depois de contar pelos dedos, responde 9. A comissão, muito indignada por ele ter de contar pelos dedos, diz que ele nunca será promovido e que aquilo era ridículo.
Quando o agente sai, super nervoso e chateado, cruza-se com um que vai a entrar, e conta-lhe a história. O outro, já pensando numa técnica, foi para a entrevista todo esperançoso. E a este perguntaram-lhe quanto era 5+5. O agente meteu as mãos nos bolsos e, passado um bocado, responde 11.
P.P.S.: Eu também demorei um bocado a chegar lá, mas fi-lo sozinha.
P.P.P.S.: Para quem percebeu a piada:
Depois o pai do Agustin disse que lhe tinha feito a mesma pergunta, quanto era 5+5. Ele meteu as mãos nos bolsos e pouco depois respondeu 10,5. Pois é, agora imaginem a minha reação a ouvir isto a um jantar.
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