quinta-feira, 14 de novembro de 2013

simulacro

Boa noite!
Hoje voltei a ir sozinha para a escola, dado que a Anna queria chegar a tempo, mas desta vez voltei a ter direito a pequeno-almoço, o que para mim é mais importante do que chegar a horas.

A primeira aula foi Matemática, durante a qual a prof deu os testes corrigidos, e depois estivemos a falar de funções trigonométricas, dado que temos teste sábado. A meio da aula começámos a ouvir uma voz de homem que não vinha da boca de ninguém da turma, e todos viraram a cabeça automaticamente para cima da porta. E eu a continuar sem perceber. Até que lá cheguei. Pois é, todas as salas de aula da minha escola têm um sistema altifalante ligados diretamente ao diretor, mesmo à filme americano. A voz dizia que hoje íamos ter um simulacro de terrorismo, e a explicar os passos a tomar.

A segunda aula foi Latim, durante a qual fizemos interrogação. E, se são leitores assíduos do meu blog (nem precisam de o ser para saber isto), sabem o que "interrogação" significa para mim. Pois é, hora de jogar Zombie Tsunami!! E assim foi, lá passei uma hora a jogar o meu novo vício.
Entretanto voltou a tocar e assim começou a terceira aula, Italiano. Durante a aula estivemos a estudar Dante, e o prof deu-me uma folha para acompanhar, mas obviamente que me perdi nos primeiros 5 minutos. Felizmente fui salva pela campainha, que anunciava um terramoto. Campainha intermitente fomos todos debaixo da mesa (enquanto os rapazes não queriam seguir as regras e as raparigas gritavam por causa das pastilhas coladas no tampo). E depois o silêncio, que aqui significa evacuar. Arrumar o telemóvel, meter o casaco quente, lá fomos para a saída emergência, exatamente da mesma maneira que faríamos numa situação real (ou talvez metesse a minha sobrevivência à frente do frio, não sei). Ficámos 5 a 10 minutos à conversa no frio do ponto de encontro, e depois voltámos à sala.
A primeira coisa que o prof me disse depois do simulacro foi "Eva, fala sobre Lisboa aos teus colegas". Isto porquê? Porque uma colega minha pensava que Lisboa era em Espanha!!

Entretanto voltou a tocar e começou o intervalo, durante o qual fui ao bar com o Matteo e a Tamara, onde comprei um croissant com chocolate, para ajudar à minha dieta saudável desde que cheguei.
Voltámos para a casa, onde estivemos um pouco à conversa. Voltou a tocar, arrumei as minhas coisas e mudei de sala, desta vez para a III^I, com quem ia ter Matemática. Voltei-me a sentar ao lado da Giorgia e estivemos a falar bastante, o que foi agradável.
A minha última aula foi Espanhol que, como hoje é quinta, foi com a Madre Lingua. E como as aulas com ela são para preparar o telejornal, lá tivemos a meter mãos à obra. Depois de escrever um texto em português sobre o turismo em Portugal, lá usei o Google Translate para traduzir aquilo tudo, apagando o histórico do computador logo a seguir. Quinze minutos antes da aula acabar recebemos uma visita muito especial, o marido da Madre Lingua, que trouxe com ele o filho de 5 meses e meio, um amor.

Quando a escola acabou fui ter com a Greta, que entretanto me disse que não ia de autocarro, pelo que fui sozinha. Despachei-me e arranjei um lugar, agora sempre lá atrás com os mais "gangsters"que agora me conhecem todos e são impecáveis comigo.
Como o autocarro vinha cheio e uma rapariga vinha sentada ao meu lado bloqueando-me o caminho para o corredor, ponderei não passar o bilhete. Mas lá pensei nos meus deveres, levantei-me, pedi licença e lá fui eu, quase a cair quando o autocarro abanava.
Chegámos a Reggio e, na minha paragem (a estação, a última), só a porta da frente abriu. E por ela entrou um inspector. Pois é, voltou-me a calhar a sorte grande. Aquela decisão no autocarro fez-me poupar 60€.

Lá fui ter ao McDonald's, onde os outros esperavam por mim. E o melhor daquela espera era o Cedric, que tinha consigo o meu happy meal recebido ao ganhar uma aposta sobre kamasutra (como assim eu sei mais do que ele????). Esperámos o Agustin, descobrimos os bonecos que vinham com o Happy Meal e lá fomos para a aula mais esperada do dia. Entretanto a Iris contou que já tinha comido uma pizza inteira, mas quando viu o prémio do happy meal viu-se obrigada a comprar um. Isto está a tornar-se uma doença.
Depois da incrível molha que apanhámos, lá chegámos à escola. E, mais uma vez, muito antes do tempo (é o que dá ter uma dinamarquesa no grupo). Estivemos a fazer o chiqueiro habitual das aulas de italiano, mas entretanto lá chegou o professor e acalmámos. Mas pelos vistos não o suficiente, pelo que ele separou o Agustin e a Serra, pondo uma chinesa no meio da Iris e da Cille, mas deixando-me com o Cedric.
Durante os espaços mortos da aula lá reparava que o Cedric aproveitava para jogar Zombie Tsunami, que já admitiu que é viciante. À primeira parece muito mau mas, depois de começar a fazer as missões, torna-se o jogo mais viciante de sempre.

Na aula de hoje estivemos a aprender o passado próximo (que se usa como o nosso pretérito perfeito: comi- ho mangiato; fomos-siamo andati (...)) e a fazer um trabalho a pares com um colega que o professor escolhia. E não é que tinha de ficar com o chinês que não fala nem inglês nem italiano? Pois é, fazia-lhe perguntas do género "Como falas com os teus amigos cá?" e ele respondia-me "Estou cá há seis meses".

Quando a aula acabou voltámos à estação, onde fui com o Cedric para procurar um jornal belga. Lá foram eles todos para o centro, para casa do Manu preparar a festa de Natal e eu fiquei na estação. Comprei um lindt e lá fui eu sozinha pelo túnel subterrâneo da estação, temendo pela minha vida. E começo a ver um rapaz com uma aspecto muito estranho a vir na minha direção. Olho bem para ele, e sorrio. Era o Ahmed, o nosso amigo de sábado à noite. Parei para falar um bocadinho com ele, sentindo-me mais segura porque sei que me ajudaria se precisasse.
Entretanto lá fui para a paragem certa e entrei no meu autocarro, enquanto o Cedric me dava um raspanete por chamada por eu ter dito "Claro que sim!", quando o Ahmed me disse que nos devíamos encontrar todos juntos outra vez.

Vim o caminho a jogar Zombie Tsunami (que descobri ser uma forma de evitar o enjoo), a falar ao telemóvel com o Cedric, e a deprimir por isto estar a acabar.
Quando cheguei a Castelnovo estava com esperanças de encontrar em cima da minha cama qualquer encomenda portuguesa que está para chegar, mas em vez disso encontrei o meu bilhete de comboio para Roma, onde apanho o avião. Para além de isto me deixar triste só por ti, descobri que afinal vou um dia antes, e que durmo em Roma.
Podem imaginar como isto me atingiu, pelo que me deitei a chorar na cama. Sem querer pensar muito nisso, mas acabando por pensar mais do que queria.

Entretanto a minha mãe chamou-me e lá fui jantar com os meus pais, porque a minha irmã estava no ginásio. Comemos tortellini caseiros e no fim fruta, como não pode faltar.
Depois de jantar estive a falar com a minha mãe, como faço sempre. Tem sabido muito bem, e faz-me sentir muito mais próxima dela.

Entretanto lembrei-me que tinha de estudar inglês, pelo que fui para o meu quarto e abri o livro para não parecer mal. Li uma página e, um minuto depois, já estava a ver o novo episódio de Scandal, umas das séries que sigo regularmente.
Estudei um bocadinho de Inglês, mas aproveitei também para falar com muitos AFS'ers que vão estar comigo no campo de Bruxelas e que estão a passar pelo mesmo que eu.

Vou agora dormir que amanhã volta a ser um longo dia.
Para quem está indeciso sobre fazer AFS ou não, não pensem mais. Inscrevam-se.

Baci a tutti!! (Prof, é só mesmo com um C)

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