Hoje quando saí de casa tive a oportunidade de ver a Pietra di Bismantova com neve, o que foi mesmo lindo (é a primeira foto). A temperatura máxima prevista para o dia era de 2ºC, e a mínima de -2ºC, pelo que tive de usar um camisolão de lã da minha irmã e um quispo da minha mãe. Saí de casa e sentia-me um presunto todo embalado, mas quando senti o frio até agradeci.
A primeira aula hoje foi Matemática, durante a qual recebemos os testes. Fiquei muito feliz, porque recebi um 9- (que equivale a um 8,9), embora tenha feito alguns erros completamente ridículos como x+x=x^2, que exaltaram logo a professora. Para além disso começou a nevar, o que foi lindo. Acendemos as luzes de Natal da sala e ficou ali um espírito mesmo natalício, só que mais de um mês antes do tempo (Itália está a virar Venezuela).
Durante o resto da aula estivemos a fazer exercícios sobre gráficos trigonométricos, dado que vamos ter uma verifica sobre isto na segunda feira (era para ser sábado, mas ela decidiu adiar porque não tivemos muito tempo para praticar).
A segunda aula foi de Italiano, durante a qual a minha turma ia fazer uma composição (texto argumentativo ou um artigo de jornal) sobre um dos dois temas dados pelo professor. Separámos as mesas e, como habitual, eu fui mesmo para a frente do prof para dar alguma margem aos outros. Estava eu a preparar-me para jogar Zombie Tsunami quando o Palai me mete o enunciado na mesa, olhando para mim. Rapidamente se apercebeu que se tinha enganado, tirou-o e disse, a rir, "Se quiseres fazer". Porque não? "Posso tentar, mas não sei o que consigo fazer!". Lá me deu a folha e eu li o enunciado, arrependendo-me logo da minha decisão.
O tema A era a importância das demonstrações para a ciência moderna, e vinha acompanhada por três argumentos de autores diferentes, um deles de Galileu e outro de Einstein. Hum, obviamente que não. Escolhi então o tema B: O Homem e a História, que vinha acompanhado por três argumentos, um deles de Machiavelli (o poeta que eu devia ter estudado durante estes meses aqui em Itália). Não sei bem o que escrevi, mas demorei imenso tempo porque fiz imensas pausas enquanto observava o Borghi a mandar uma pena para o aquecedor, a vê-la subir, a apanhá-la, a mandar para o aquecedor e assim sucessivamente, mais de 6 vezes, com uma cara super feliz.
Durante o intervalo fiquei com o Matteo, o Marco, a Ines, a Nicole e a Martina na sala, e eles voltaram-me a falar de fazer um jantar para a semana que vem. Provavelmente segunda ou quarta, no Maverick's.
Entretanto voltou a tocar, e eu tive de abandonar a sala e ir para a III^I, com quem ia ter Matemática. Não ouvi nadinha da aula, apesar de ter passado tudo para o caderno, sem sequer saber qual era a matéria.
Quando tocou saí e fui para a aula de Espanhol, embora não quisesse nada. Depois de tentarmos ver o telejornal feito por nós no projetor e não dar, desistimos e ficámo-nos pelo computador da sala, assistindo àquela miséria. Quando acabou, a Madre Lingua disse que gostou muito e elogiou o trabalho de grupo e o "espírito de equipa".
Quando tocou para o final do dia de aulas, experimentei ligar para a Greta, que não me atendeu. Saí então rumo à paragem de autocarro, onde tinha de apanhar o meu para Reggio. A meio encontrei a Nicole, o Matteo e o Marco, com quem vim à conversa, enquanto nevava em cima de nós e recebi um simpático "Bem vinda a Itália" do Marco.
Nenhum dos autocarros dizia "Reggio Emilia", pelo que não sabia em qual devia entrar. Experimentei perguntar ao condutor de um que dizia "Castelnovo ne Monti", e ele disse-me que era o certo, enquanto se ria imenso e me empurrava para dentro. Perguntei a um passageiro se era este, e ele (também a rir-se) disse que não. Começando a ficar um pouco desconfiada de onde ia parar, decidi perguntar a uma senhora mais de idade, que certamente que me iria contar a verdade. Era o autocarro certo. Olhei para trás e vi o condutor a rir-se imenso, enquanto os meus três amigos estavam à porta ainda à espera de saber se era o certo ou não.
Como a Greta hoje não veio, eu vim com os amigos dela, que entretanto têm sido muito simpáticos comigo quando venho no autocarro. Entretanto recebi também duas mensagens, do Marco e do Matteo, a desejar-me boa viagem, super amorosos. É isto tipo de coisas que me deixa mesmo feliz por ter vindo para aqui, é ter encontrado pessoas a quem já posso chamar amigos!
Quando cheguei a Reggio fui ter com a Cille, que veio de bicicleta para a estação, enquanto os outros vieram de autocarro e fugiram dela. Ela deu-me o meu almoço, que hoje pedi para ela me comprar no centro, para ser mais saudável do que no McDonalds. A caminho da escola vim a falar com ela, enquanto almoçava a minha sandes de atum, enquanto nos tentávamos abrigar da chuva.
Entretanto chegámos à escola, onde nos encontrámos com o Agustin, a Iris e a Serra, que comiam kebab. A Iris mostrou-nos também o seu novo telemóvel, um nokia tijolo. Isto porque a família dela (a italiana) não quer que ela leve o android para a escola e emprestou-lhe um telemóvel que só dá para mandar mensagens e fazer chamadas, que obviamente que ela não o usa nem segue essa regra.
Hoje na aula de Italiano tivemos um teste surpresa, composto por um ditado e por uma ficha sobre preposições. O professor disse que o ditado correu mal a toda a gente menos ao Agustin, mas sinceramente não concordo, pois eu e a Serra não fizemos assim tantos erros. A segunda parte já nem tive paciência para fazer, dado que aquele professor me irrita.
Antes do final da aula fizemos duas equipas (a minha era o Agustin, a Iris, a rapariga do Sri Lanka e a Shishi), em que estivemos (estiveram) a jogar um jogo com cartas com imagens, profissões e descrições. Entretanto eu estava a falar por mensagens com a Niccole, que me enviava fotos da neve em Castelnovo.
Depois da aula de Italiano, voltámos para a estação, onde esperámos pelo autocarro da Serra, e depois da Iris e do Agustin. Fiquei assim com a Cille, com quem fui ao McDonald's ser saudável. Comemos um happy meal como lanche e estivemos a falar um bocado só as duas, o que já não acontecia há muito tempo.
Entretanto levei-a à porta da estação, onde ela fui buscar a bicicleta e partiu rumo a casa, enquanto choviam potes em cima dela.
Já sem a Cille, lá fui eu para a estação de autocarros nas traseiras da estação de comboios, onde apanhei o meu das 18:20. A máquina para validar o bilhete estava estragada, pelo que se viesse o controlo eu estava completamente lixada e 60€ mais pobre.
A meio da viagem entrou o Federico Beretti, um rapaz italiano que fez AFS na Argentina. Sentou-se comigo e viemos o tempo todo a falar, enquanto observávamos a neve que aumentava conforme subíamos a montanha.
Quando cheguei a Castelnovo foi como entrar num cenário de um filme. Não têm noção. Eu, que só vejo neve quando vou ao trevim ou à serra da estrela só mesmo para vê-la, estava a ir para casa enquanto a neve me caía em cima. Mesmo contente com a sensação, liguei à Greta, que só se ria, dado que para ela é completamente normal. Mas para mim não, eu estava nas nuvens.
Cheguei a casa super encharcada (a neve também tem lados maus), meti as minhas botas e o meu casaco na lavandaria e fui para a cozinha ajudar a minha mãe a meter a mesa. Entretanto o meu pai e a Anna saíram, para fazer um passeio na neve.
Quando voltaram fomos jantar, frango com batatas. Durante o jantar voltámos a falar do facto de eu estar quase a ir embora, e a minha mãe sugeriu raptar-me, ao que o meu pai ajudou com a ideia de mandar uma outra rapariga com uma máscara da minha cara. Não quero ir embora, juro que não!!!
Depois do jantar fui ver um bocadinho de X Factor com a Anna, mas entretanto vim para o quarto organizar fotos e o blog, que só acabei agora.
Amanhã vou para uma viagem de estudo a Reggio Emilia, hilariante. Vamos ouvir uma conferência sobre as mulheres e as tecnologias, "ouvir".
Boa noite!!











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